Ligas acadêmicas na educação médica: uma análise institucional sob a visão dos orientadores

Autores

  • Gabriela Cumani Toledo Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora – Suprema
  • Marcus Gomes Bastos Programa de Pós-Graduação em Saúde Brasileira da Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF
  • Karine Miranda Barbosa Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora – Suprema
  • Paula Corrêa de Araújo Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora – Suprema.
  • Gabriel Lunardi Aranha Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora – Suprema
  • Ana Paula Ferreira Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora – Suprema
  • Gustavo Bittencourt Camilo Faculdade de Medicina da UFJF

DOI:

https://doi.org/10.34019/1982-8047.2019.v45.27899

Palavras-chave:

Educação Médica, Ciências da Saúde

Resumo

Introdução: As Ligas Acadêmicas de Medicina (LAM) surgiram no Brasil no início do século XX como reuniões de alunos, na necessidade de combate à alta prevalência dos agravos de saúde pela tuberculose e pela hanseníase. Na década de 90, a criação de novas LAMs permitiu um ambiente de discussão e prática de atividades em área de saúde de interesse de um conjunto de alunos e foi, assim, ganhando cada vez mais espaço na formação médica. Todavia, ainda são poucas as evidências científicas que discutem as finalidades e contribuições das LAMs durante a graduação, seja do ponto de vista do aluno ou do orientador. Objetivo: Estudar o perfil das ligas acadêmicas do curso de medicina de uma instituição de ensino da cidade de Juiz de Fora – MG. Material e Métodos: Trabalho de natureza descritiva e transversal que teve como instrumento de pesquisa questionário estruturado com 12 perguntas fechadas, previamente definidas, que foi respondido pelos orientadores das LAMs. Resultados: Em 2018, havia na instituição 36 ligas oficialmente constituídas com 37 orientadores. Quanto a frequência de encontros, os mesmos são majoritariamente mensais (78,4%) e 78,4% contam com a participação dos orientadores. Quanto à participação científica, 70,3% fazem discussão de artigos científicos, 62,2% possuem práticas extra-curriculares, 10,8% realizaram projetos de extensão e 13,5% têm trabalhos vinculados ao Programa de Iniciação Científica. Ressalta-se que a percepção dos orientadores é que 56,8% dos alunos participam para pontuação em programas de residência médica. Finalmente, 89,2% consideram o modelo de gestão adequado. Conclusão: A percepção dos orientadores é importante para a análise das ligas de forma a garantir melhorias principalmente para a educação e extensão. Somente com a descrição e estudo da situação atual será possível imprimir sugestões e avanços nessa questão, que já é tema central dentro da educação médica.

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Publicado

2020-02-14

Como Citar

1.
Cumani Toledo G, Gomes Bastos M, Miranda Barbosa K, Corrêa de Araújo P, Lunardi Aranha G, Ferreira AP, Camilo GB. Ligas acadêmicas na educação médica: uma análise institucional sob a visão dos orientadores. HU Rev [Internet]. 14º de fevereiro de 2020 [citado 19º de abril de 2024];45(4):421-5. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/hurevista/article/view/27899

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Seção

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