Insonação à beira do leito: melhora na acurácia diagnóstica da anamnese e do exame físico pelo estudante de medicina
DOI:
https://doi.org/10.34019/1982-8047.2021.v47.33999Palavras-chave:
Exame Físico, Ultrassonografia, Doença renalResumo
Introdução: A anamnese e o exame físico são considerados os pilares da avaliação clínica. Contudo, frequentemente, existe a necessidade da solicitação de exames complementares, particularmente os de imagem, para finalizar o processo diagnóstico. Nesse sentido, a utilização cada vez mais frequente dos dispositivos ultrassonográficos ultraportáteis, alguns com a incorporação de recurso de inteligência artificial, pode melhorar a precisão diagnóstica da anamnese e do exame físico tradicional durante a consulta médica. Objetivo: Relatar como a insonação à beira do leito permite ao estudante de medicina ampliar a obtenção de dados clínicos adicionais para uma tomada de decisão mais adequada quando do atendimento a um paciente com doença renal. Caso Clínico: Senhor de 49 anos foi encaminhado para avaliação nefrológica por quadro de edema em membros inferiores, astenia, episódio de hematúria macroscópica isolada, anúria e anasarca. No momento da consulta, encontrava-se assintomático. Relatou hipertensão arterial de longa data controlada com medicações anti-hipertensivas e cirurgia bariátrica prévia. Exame físico: Pressão arterial de 170x110 mmHg, ausculta cardiopulmonar nos limites da normalidade, cicatriz abdominal e edema em membros inferiores. Exames complementares trazidos pelo paciente evidenciavam doença renal crônica categoria 5, anemia, hipovitaminose D e proteinúria à urinálise. O eletrocardiograma evidenciou ritmo sinusal e sinais de sobrecarga de ventrículo esquerdo. A IBL realizada por estudantes de medicina após treinamento de duas horas sobre rins, coração, pulmão e veia cava inferior permitiu achados clínicos adicionais. Conclusão: A IBL permitiu identificar achados renais, abdominais, cardíacos e pleuropulmonares adicionais que permitiram uma tomada de decisão mais adequada quando do atendimento ao paciente.
Downloads
Referências
Kirch W, Schafii C. Misdiagnosis at a university hospital in 4 medical eras report on 400 cases. Medicine. 1996; 75:29-40.
Burton EC, Troxclair DA, Newman WP 3rd. Autopsy diagnoses of malignant neoplasms: how often are clinical diagnoses incorrect? JAMA. 1998; 280:1245-8.
Bordage G. Where are the history and the physical? CMAJ. 1995; 152:1595-8.
Bordage G. Why did I miss the diagnosis? Some cognitive explanations and educational implications. Acad Med. 1999; 74:S138-43.
Narula J, Chandrashekhar Y, Braunwald E. Time to add a fifth pillar to bedside physical examination: inspection, palpation, percussion, auscultation, and insonation. JAMA Cardiol. 2018; 3:346-50.
Rao S, van Holsbeeck L, Musial JL, Parker A, Bouffard JA, Bridge P et al. A pilot study of comprehensive ultrasound education at the Wayne State University School of Medicine: a pioneer year review. J Ultrasound Med. 2008; 27:745-9.
Fox JC, Chiem A, Rooney K, Maldonado. Web-based lectures, peer instruction and ultrasound-integrated medical education. Med Educ. 2012; 46:1109-10.
Hoppmann RA, Rao VV, Bell F et al. The evolution of an integrated ultrasound curriculum (iUSC) for medical students: 9-year experience. Crit Ultrasound J. 2015; 7:1-15.
Steinmetz P, Dobrescu O, Oleskevich S, Lewis J. Bedside ultrasound education in Canadian medical schools: a national survey. Can Med Edu J. 2016; 7:e78-8.
Bastos MG, Ronzani FAT, Carmo WB, Toledo GC, Paula RB. Integração do ensino da ultrassonografia point of care no currículo de graduação em medicina: um relato de experiência. HU Rev. 2019; 45:98-103.
Kobal SL, Trento L, Baharami S et al. Comparison of effectiveness of hand-carried ultrasound to bedside cardiovascular physical examination. Am J Cardiol. 2005; 96:1002-6.
Mouratev G, Howe D, Hoppmann R et al. Teaching medical students ultrasound to measure liver size: comparison with experienced clinicians using physical examination alone. Teach Learn Med. 2013; 25:84-8.
Olson APJ, Trappey B, Wagner M, Newman M, Nixon LJ, Schnobrich B. Point-of-care ultrasonography improves the diagnosis of splenomegaly in hospitalized patients. Crit Ultrasound J. 2015; 7:13.
Bastos MG, Vieira ALS, Pazeli Jr JM. Uso da ultrassonografia point-of-care na prática nefrológica: transpondo os limites do trato urinário. HU Rev. 2019; 45:341-51.
Koratala A, Teodorescu V, Niyyar VD. The nephrologist as an ultrasonographer. Adv Chronic Kidney Dis. 2020; 27:243-52.
Kimura B. Point-of-care cardiac ultrasound techniques in the physical examination: better at the bedside. Heart. 2017; 103:987-94.
Lang RM, Badano LP, Mor-Avi V et al. Recommendations for cardiac chamber quantification by echocardiography in adults: an up-date from the American Society of Echocardiography and the European Association of Cardiovascular Imaging. J Am Soc Echocardiogr. 2015; 28:1-39.e14.
Volpicelli G, Elbarbary M, Blaivas M et al. International evidence-based recommendations for point-of-care lung ultrasound. Intensive Care Med. 2012; 38:577-91.
Hubert A, Girerd N, Le Breton H et al. Diagnostic accuracy of lung ultrasound for identification of elevated left ventricular filling pressure. Int J Cardiol. 2019; 28:62-8.
Bastos MG, Vieira AL, Pazeli Jr JM, Galil AS. Diastolic dysfunction for nephrologists: diagnosis at the point of care. Rev Assoc Med Bras. 2020; 66:1750-6.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Paula Ribeiro Pena, Matheus Müller Martins, Geandra Martins de Freitas, Barbara Loures Peralva, Marcus Gomes Bastos
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Cessão de Primeira Publicação à HU Revista
Os autores mantém todos os direitos autorais sobre a publicação, sem restrições, e concedem à HU Revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento irrestrito do trabalho, com reconhecimento da autoria e crédito pela citação de publicação inicial nesta revista, referenciando inclusive seu DOI.