Perfil clínico, nutricional e sociodemográfico de usuários do Centro Estadual de Atenção Especializada (CEAE) de Juiz de Fora, Minas Gerais
DOI:
https://doi.org/10.34019/1982-8047.2017.v43.2806Palavras-chave:
Doença Crônica. Avaliação Nutricional. Perfil de Saúde. Atenção Secundária à Saúde.Resumo
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são doenças multifatoriais que se desenvolvem no decorrer da vida, são de longa duração e são as principais causas de morte no mundo. Para que os portadores de DCNT recebam um atendimento interdisciplinar e integral eficaz, torna-se necessário conhecer o perfil desses. Devido a isso, este estudo teve por objetivo avaliar o perfil clínico, nutricional e sociodemográfico de usuários do Centro Estadual de Atenção Especializada (CEAE) em Juiz de Fora, MG. Trata-se de um estudo transversal com 547 usuários atendidos pelo serviço de nutrição, de julho a dezembro de 2014, do CEAE. Utilizou-se o software SPSS (23.0). Calculou-se medidas de frequência percentual e de tendência central. Aplicou-se teste de normalidade Kolmogorov-Smirnov. Para comparação entre sexos, utilizou-se Teste T e teste Mann-Whitney. Utilizou-se o teste Qui-quadrado para avaliação da diferença de risco entre as categorias, quantificadas pelo odds ratio e intervalo de confiança. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa Humana da Universidade Federal de Juiz de Fora (1.384.797). A média de idade foi de 61 ± 14 anos, com maior prevalência de mulheres e indivíduos com baixa escolaridade e baixa renda familiar. O sexo feminino apresentou chance 1,97 vezes maior de excesso de peso (p = 0,01) e chance de 7,88 vezes maior de risco referente à circunferência da cintura aumentada (p < 0,001). Idosos apresentaram uma probabilidade 43% menor de excesso de peso que o adulto. Conclui-se que este estudo, por traçar o perfil de usuários da atenção secundária, contribui para o desenvolvimento de políticas públicas voltadas a este público, para que recebam um atendimento holístico com qualidade.
Downloads
Referências
ALVES, J.E.D. Transição demográfica, transição da estrutura etária e envelhecimento. Revista Portal de Divulgação, São Paulo, v.40, n. 4, p. 8-15, mar. 2014.
ANDRADE, A. O. et al. Prevalência da Hipertensão arterial e fatores associados em idosos. Revista Brasileira em Promoção da Saúde, Fortaleza, v. 27, n. 3, p. 303-311, jul. 2014.
ASHWELL, M.; HSIEH, S.D. Six reasons why the waist-to-height ratio is a rapid and effective global indicator for health risks of obesity and how its use could simplify the international public health message on obesity. International Journal of Food Sciences and Nutrition, v. 56, p. 303-307, Aug. 2005.
BARRETOS, S. M. et al. Chronic kidney disease among adult participants of the ELSA-Brasil cohort: association with race and socioeconomic position. Journal of Epidemiology and Community Health, v 70, n. 4, p. 380-389, Apr. 2016.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira. 2. ed., Brasília: Ministério da Saúde, 2014a. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf. Acesso em 07 jul. 2016.
BRASIL. Ministério da Saúde. Diretrizes Clínicas para o Cuidado ao paciente com Doença Renal Crônica – DRC no Sistema Único de Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2014b. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_clinicas_cuidado_paciente_renal.pdf. Acesso em 14 jul. 2016.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação de Saúde. Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil 2011-2022. Brasília: Ministério da Saúde; 2011. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/plano_acoes_enfrent_dcnt_2011.pdf. Acesso em 07 jul. 2016.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Vigitel Brasil 2010: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Brasília: Ministério da Saúde; 2010. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/vigitel_2010.pdf. Acesso em 07 jul. 2016.
BUFFON, D. et al. Prevalência e caracterização da anemia em idosos atendidos pela Estratégia Saúde da Família. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Rio de Janeiro, v. 18, n. 2, p. 373-384, jun. 2015.
CAMPOS, M.A.G. et al. Estado nutricional e fatores associados em idosos. Revista da Associação Médica Brasileira, v. 52, n. 4, p. 214-221, ago. 2006.
GALVÃO, R.R.S.; SOARES, D.A. Prevalência de hipertensão arterial e fatores associados em adultos: uma revisão na literatura brasileira. Revista de APS, v. 19, n. 1, p. 139-149, jan. 2016.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico. Rio de Janeiro, 2000. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=785. Acesso em 14 jul. 2016.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de Saúde 2013: percepção do estado de saúde, estilos de vida e doenças crônicas. Rio de Janeiro, 2014. Disponível em: ftp://ftp.ibge.gov.br/PNS/2013/pns2013.pdf. Acesso em 14 jul. 2016.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Síntese de Indicadores Sociais - Uma Análise das Condições de Vida da População Brasileira. Rio de Janeiro, 2010. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv98965.pdf. Acesso em 14 jul. 2019.
KAICHI, Y. H. et al. Relationship between sudden natural death and abdominal fat evaluated on postmortem CT scans. Obesity Science & Practice, v. 3, n.2, p. 219–223, jan. 2016.
LEÃO L.S.C.S.; GOMES, M.C.R. Manual de Nutrição Clínica. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2013.
LIPSCHITZ, D. A. Screening for nutritional status in the elderly. Primary Care. v. 21, n.1, p.55-67, mar. 1994.
MAGALHÃES, L. B. N. C. O significado clínico-epidemiológico da pressão diastólica baixa na elevação da pressão de pulso ou Importância da pressão de pulso no risco cardiovascular, Revista Brasileira de Hipertensão, v. 9, n. 3, p. 301-303, mês em formato abreviado jul. 2002.
MALTA, D.C. et al. A construção da vigilância e prevenção das doenças crônicas não transmissíveis no contexto do Sistema Único de Saúde. Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, v. 15, p. 47-65, set. 2006.
MALTA, D.C.; SILVA JUNIOR, J.B. O Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis no Brasil e a definição das metas globais para o enfrentamento dessas doenças até 2025: uma revisão. Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, v 22, n. 1, p. 151-164, mar. 2013.
MALTA, D. C. et al. Avanços do Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis no Brasil, 2011-2015. Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, v. 25, n. 2, p. 373-390, jun. 2016.
MARQUES, L.D.S.; SILVA, B.Y.C. Caracterização nutricional, dietética e socioeconômica de portadores e não portadores de doenças crônicas. Revista Baiana de Saúde Pública. Bahia, v. 39, n. 2, p. 323-338, abr. 2015.
MENDES, W.A.A. et al. Relação de Variáveis Antropométricas com os Perfis Pressórico e Lipídico em Adultos Portadores de Doenças Crônicas Não Transmissíveis. Revista Brasileira de Cardiologia, Rio de Janeiro, v. 25, n. 3, p. 200-209, mai. 2012.
NICOLATO, F.V.; COUTO, A.M.; CASTRO, E.A.B. Capacidade de autocuidado de idosos atendidos pela consulta de enfermagem na atenção secundária à saúde. Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro, Minas Gerais, v. 6, n. 2, p. 2199-2211, mai. 2016.
PAULA, E.A. Avaliação do Centro Hiperdia Minas de Juiz de Fora na atenção à Doença Renal Crônica. 2014. Dissertação (Mestrado em Saúde) - Universidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais, 2014.
SCHERER, F.; VIEIRA, J.L.C. Estado nutricional e sua associação com risco cardiovascular e síndrome metabólica em idosos. Revista de Nutrição, São Paulo, v. 23, n. 3, p. 347-355, jun. 2010.
Sociedade Brasileira de Cardiologia, Sociedade Brasileira de Hipertensão, Sociedade Brasileira de Nefrologia. 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. Rio de Janeiro, v. 107, n. 3, p. 1-83, set. 2016.
Sociedade Brasileira de Cardiologia. Departamento de Aterosclerose. V Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. Rio de Janeiro, v. 101, n. 4, p. 1-22, out. 2013.
Sociedade Brasileira de Diabetes. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (2015-2016). São Paulo: A.C. Farmacêutica, 2016. Disponível em: https://www.diabetes.org.br/profissionais/images/docs/DIRETRIZES-SBD-2015-2016.pdf. Acesso em 14 jul.2016.
WHO - World Health Organization. Global status reportonn on communicable diseases 2010. Geneva: WHO, 2011. Disponível em: https://www.who.int/nmh/publications/ncd_report2010/en/. Acesso em 21 jul. 2016.
WHO - World Health Organization. Obesity: Preventing and Managing the Global Epidemic. Geneva: WHO, 2000. Disponível em: https://www.who.int/nutrition/publications/obesity/WHO_TRS_894/en/. Acesso em 21 jul. 2016.
WHO - World Health Organization. Physical status the use and interpretation of antropometry. Geneva: WHO, 1997. Disponível em: https://www.who.int/childgrowth/publications/physical_status/en/. Acesso em 21 jul. 2016.
Downloads
Arquivos adicionais
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Cessão de Primeira Publicação à HU Revista
Os autores mantém todos os direitos autorais sobre a publicação, sem restrições, e concedem à HU Revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento irrestrito do trabalho, com reconhecimento da autoria e crédito pela citação de publicação inicial nesta revista, referenciando inclusive seu DOI.