Ligas acadêmicas na educação médica: uma análise institucional sob a visão dos orientadores
DOI:
https://doi.org/10.34019/1982-8047.2019.v45.27899Palavras-chave:
Educação Médica, Ciências da SaúdeResumo
Introdução: As Ligas Acadêmicas de Medicina (LAM) surgiram no Brasil no início do século XX como reuniões de alunos, na necessidade de combate à alta prevalência dos agravos de saúde pela tuberculose e pela hanseníase. Na década de 90, a criação de novas LAMs permitiu um ambiente de discussão e prática de atividades em área de saúde de interesse de um conjunto de alunos e foi, assim, ganhando cada vez mais espaço na formação médica. Todavia, ainda são poucas as evidências científicas que discutem as finalidades e contribuições das LAMs durante a graduação, seja do ponto de vista do aluno ou do orientador. Objetivo: Estudar o perfil das ligas acadêmicas do curso de medicina de uma instituição de ensino da cidade de Juiz de Fora – MG. Material e Métodos: Trabalho de natureza descritiva e transversal que teve como instrumento de pesquisa questionário estruturado com 12 perguntas fechadas, previamente definidas, que foi respondido pelos orientadores das LAMs. Resultados: Em 2018, havia na instituição 36 ligas oficialmente constituídas com 37 orientadores. Quanto a frequência de encontros, os mesmos são majoritariamente mensais (78,4%) e 78,4% contam com a participação dos orientadores. Quanto à participação científica, 70,3% fazem discussão de artigos científicos, 62,2% possuem práticas extra-curriculares, 10,8% realizaram projetos de extensão e 13,5% têm trabalhos vinculados ao Programa de Iniciação Científica. Ressalta-se que a percepção dos orientadores é que 56,8% dos alunos participam para pontuação em programas de residência médica. Finalmente, 89,2% consideram o modelo de gestão adequado. Conclusão: A percepção dos orientadores é importante para a análise das ligas de forma a garantir melhorias principalmente para a educação e extensão. Somente com a descrição e estudo da situação atual será possível imprimir sugestões e avanços nessa questão, que já é tema central dentro da educação médica.
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