Perfil sociodemográfico e clínico dos pacientes em atendimento fisioterapêutico no Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz

Autores

  • Mariana Balbi Seixas Universidade Federal de Juiz de Fora
  • Liliany Fontes Loures Universidade Federal de Juiz de Fora
  • Cláudia Helena Cerqueira Mármora Universidade Federal de Juiz de Fora

Palavras-chave:

Hanseníase. Fisioterapia. Perfil de saúde. Epidemiologia

Resumo

A Hanseníase é uma doença endêmica no Brasil e se manifesta por sinais e sintomas dermatoneurológicos, tendo alto poder incapacitante. Assim, o fisioterapeuta desempenha importante papel na prevenção de incapacidades motoras e sensitivas. O objetivo deste trabalho foi traçar o perfil sociodemográfico e clínico de pacientes atendidos no Serviço de Fisioterapia do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora e fazer um breve relato do trabalho realizado em Hanseníase. Foram coletadas informações nos prontuários eletrônicos e fichas de avaliação de 16 pacientes em atendimento entre outubro de 2013 e março de 2014. Após análise exploratória, foram calculadas frequências simples, médias, desvio padrão e percentuais das variáveis analisadas. A idade média dos pacientes foi de 56,6 anos sendo que receberam o diagnóstico com 47,7 anos. A maioria dos pacientes eram homens (56,2%), da raça branca (62,5%), aposentados (56,2%) e moradores de Juiz de Fora (75%). Houve predomínio do tipo multibacilar (81,2%) e da forma clínica virchowiana (31,3%). Quatorze finalizaram o tratamento poliquimioterápico, embora metade usasse medicação para prevenção de incapacidades e 5 tinham deformidades instaladas. Os primeiros sintomas observados foram: manchas, fraqueza, dores no corpo e perda de sensibilidade. Verificamos que este perfil é semelhante ao de outros serviços: homens, brancos, aposentados, idosos e adultos jovens, com hanseníase multibacilar da forma clínica virchowiana. A maioria não apresenta sequelas, não foi avaliada quanto ao grau de incapacidade e metade estava em reação no momento da pesquisa. Os sintomas,  sequelas e principais queixas justificam sua presença em um Serviço de Reabilitação.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Mariana Balbi Seixas, Universidade Federal de Juiz de Fora

Fisioterapeuta graduada em 2013 pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Cursou um ano e meio de Residência Multiprofissional em Saúde do Adulto no Hospital Universitário de Juiz de Fora (março/2013 à setembro/2014). No momento atua como Fisioterapeuta Técnico-administrativo em Educação na UFJF e cursa pós-graduação em Fisioterapia Pneumofuncional na Faculdade Suprema de Juiz de Fora.

Liliany Fontes Loures, Universidade Federal de Juiz de Fora

Mestranda em Psicologia pelo Insituto de Ciências Humanas ICH/UFJF (2014). Pós graduada em Fisioterapia Traumato-ortopédica pela Atlântica Pós Graduação e Especialização (2010). Graduada em Fisioterapia pela Faculdade de Fisioterapia FacFisio/UFJF (2007). Atualmente é fisioterapeuta da Fundação de Apoio ao Hospital Universitário UFJF, responsável pelo Ambulatório de Cinesioterapia e vice-chefe do Serviço de Fisioterapia do Hospital Universitário HU/UFJF. Tem experiência na área de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, com ênfase em Fisioterapia e Terapia Ocupacional, atuando principalmente nos seguintes temas: sindrome hipereosinofilica idiopatica, doenças cronicas, interação profissional, neuropatia periférica e revisão sistemática

Cláudia Helena Cerqueira Mármora, Universidade Federal de Juiz de Fora

Bacharel em Fisioterapia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1986), mestre e doutora em Lingüística pela Universidade Estadual de Campinas (2000 e 2005), ambos na sub-área de concentração em Neurolingüística. Atualmente é professora associada I e exerce o cargo de vice-diretora da Faculdade de Fisioterapia da Universidade Federal de Juiz de Fora onde desenvolve estudos e pesquisas na área de Fisioterapia Neurofuncional relacionada às Neurociências, Ciências Cognitivas e Saúde Pública. É professora permanente do curso de Mestrado do Programa de Pós Graduação em Psicologia da UFJF, no qual desenvolve estudos e pesquisas com orientação de alunos nas linhas de Desenvolvimento Humano e Processos Sócio-Educativos e Processos Psicossociais em Saúde, cujos principais temas concentram-se em Neurociências e Intervenção Terapêutica; Neurociências no consumo de álcool e outras drogas; Gerontologia e Fragilidade no Idoso. É tutora do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde do Adulto com ênfase em Doenças crônico-degenerativas no eixo transversal e no eixo específico na área de Fisioterapia onde desenvolve estudos sobre Hanseníase, HIV e Diabetes.Tem publicados pela Editora da Universidade Federal de Juiz de Fora os livros "Linguagem, Afasia e (apraxia): uma perspectiva neurolingüística" em 2004 e "A (A)praxia na Doença de Alzheimer" em 2013. É membro da Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento (SBNeC) desde 2003.

Referências

ALVES, A. C. R. et al. A Residência Multiprofissional no Projeto de Extensão “Atenção Interdisciplinar aos Pacientes em Controle da Hanseníase”. In: Residência em Psicologia - Novos contextos e desafios para a formação em saúde. Petrópolis: Vozes, p. 199–216, 2013.

AQUINO, D. M. C. DE; SANTOS, J. S.; COSTA, J. M. L. Assessment of a leprosy control program in a hyperendemic county in the State of Maranhão, Brazil, 1991-1995. Cadernos de Saúde Pública, v. 19, n. 1, p. 119–125, fev. 2003.

BRASIL. Guia para o Controle da hanseníase. Brasília: Ministério da Saúde, 2002.

BRASIL. Vigilância em saúde: dengue, esquistossomose, hanseníase, malária, tracoma e tuberculose. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2008a.

BRASIL. Manual de prevenção de incapacidades. Brasília: Ministério da Saúde, 2008b.

BRASIL. Guia de procedimentos técnicos: baciloscopia em hanseníase. 1a. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2010.

COSTA, M. D. et al. Assessment of quality of life of patients with leprosy reactional states treated in a dermatology reference center. Anais Brasileiros de Dermatologia, v. 87, n. 1, p. 26–35, fev. 2012.

DATASUS. Casos confirmados por sexo segundo UF Notificação - 2012. Disponível em: <http://dtr2004.saude.gov.br/sinanweb/tabnet/tabnet?sinannet/hanseniase/bases/Hansbrnet.def>. Acesso em: 5 ago. 2014.

FREITAS, A. M. et al. Effect of a change in treatment time on leprosy endemicity in Juiz de Fora, Brazil. HU Revista, v. 36, n. 1, 28 jul. 2010.

GONÇALVES, S. D.; SAMPAIO, R. F.; ANTUNES, C. M. DE F. Predictive factors of disability in patients with leprosy. Revista de Saúde Pública, v. 43, n. 2, p. 267–274, abr. 2009.

IBGE. Censo Demográfico 2010: Resultados do Universo - Características da População e dos Domicílios - Juiz de Fora-MG. Disponível em: <http://cidades.ibge.gov.br/xtras/temas.php?lang=&codmun=313670&idtema=67&search=minas-gerais|juiz-de-fora|censo-demografico-2010:-resultados-do-universo-caracteristicas-da-populacao-e-dos-domicilios->. Acesso em: 6 ago. 2014.

LIMA, L. DE S. et al. Caracterização clínica-epidemiológica dos pacientes diagnosticados com hanseníase no município de Caxias, MA. Revista da Sociedade Brasileira de Clínica Médica, v. 7, n. 2, 2009.

LONGO, J. D. DA M.; CUNHA, R. V. Perfil clínico-epidemiológico dos casos de hanseníase atendidos no hospital universitário em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, de janeiro de 1994 a julho de 2005. Hansenologia Internationalis (Online), v. 31, n. 1, p. 9–14, 2006.

MELÃO, S. et al. Perfil epidemiológico dos pacientes com hanseníase no extremo sul de Santa Catarina, no período de 2001 a 2007. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 44, n. 1, p. 79–84, fev. 2011.

OLIVEIRA, S. N. et al. Avaliação epidemiológica da hanseníase e dos serviços responsáveis por seu atendimento em Ribeiräo Preto-SP no ano de 1992. Medicina (Ribeiräo Preto), v. 29, n. 1, p. 114–22, mar. 1996.

PINTO, R. DOS A. et al. Perfil clínico e epidemiológico dos pacientes notificados com hanseníase em um hospital especializado em Salvador, Bahia. Revista Baiana de Saúde Pública, v. 34, n. 4, dez. 2010.

RODINI, F. C. B. et al. Prevenção de incapacidade na hanseníase com apoio em um manual de autocuidado para pacientes. Fisioterapia e Pesquisa, v. 17, n. 2, p. 157–166, 1 jun. 2010.

SOUZA, C. S. Hanseníase: Formas clínicas e diagnóstico diferencial. Medicina (Ribeirao Preto. Online), v. 30, n. 3, p. 325, 30 set. 1997.

UFJF. Centro de Reabilitação de Hanseníase da Zona da Mata Mineira. Disponível em: <http://www.ufjf.br/hu/centros-de-referencia/centro-de-reabilitacao-de-hanseniase-da-zona-da-mata-mineira/>. Acesso em: 10 jul. 2014.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Global leprosy update, 2013; disease burden. Weekly epidemiological record, v. 89, n. 36, 2014.

Downloads

Arquivos adicionais

Publicado

2015-10-05

Como Citar

1.
Seixas MB, Loures LF, Mármora CHC. Perfil sociodemográfico e clínico dos pacientes em atendimento fisioterapêutico no Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz. HU Rev [Internet]. 5º de outubro de 2015 [citado 26º de dezembro de 2024];41(1 e 2). Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/hurevista/article/view/2464

Edição

Seção

Artigos Originais

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)