Programa “Viva a Palavra” como espaço de desaprendizagem:
um exercício em pragmática cultural
DOI:
https://doi.org/10.34019/1808-9461.2021.v21.29009Palavras-chave:
Viva a Palavra. Desaprendizagem. Pragmática CulturalResumo
No presente artigo, delineamos a perspectiva da “desaprendizagem” no âmbito do Programa de extensão “Viva a Palavra”, da Universidade Estadual do Ceará, com enfoque nas ações que promovem o diálogo e a integração entre extensão, pesquisa e ensino. Nesse sentido, objetivamos mostrar como as práticas do Programa denotam novas possibilidades de tratar a linguagem, como uma trama movente (FABRÍCIO, 2006). Para tal, tomamos como base a Pragmática Cultural (ALENCAR, 2014; 2015), entendida como um modo de fazer Linguística Aplicada Indisciplinar (MOITA LOPES, 2006) partindo, assim, da possibilidade de uma “desaprendizagem” (FABRÍCIO, 2006). Essa perspectiva tem contribuído para a construção de novas abordagens para os estudos críticos da linguagem ao nos voltarmos de modo mais dinâmico e “palpável” para as problemáticas cotidianas de sujeitos reais. Assim, considerando que as ações do “Viva a Palavra” se configuram com base no método cartográfico, que acompanha processos em curso, entendemos que essas ações constroem pesquisa (extensão e ensino) participante em um processo político e ético. Concluímos, dessa forma, que a “desaprendizagem” consiste, justamente, em aprender outros modos de gerar conhecimento com e para os sujeitos no mundo moderno capitalista, fortalecendo práticas decolonizadoras (SOUSA E MENEZES, 2010, GROSFOGUEL, 2010, QUIJANO, 2005, FREIRE, 2006) de reexistência (SOUSA, 2011) na e pela linguagem, ao produzir epistemologias decoloniais.