“Afamada, conhecida e respeitada por todos”:
ação de mulheres no âmbito curativo e no parto no Piauí (1910-1950)
DOI:
https://doi.org/10.34019/2359-4489.2023.v9.40758Palabras clave:
História, Mulheres, Práticas Curativas, PartoResumen
No Piauí, a interferência médica mais efetiva na gestão da maternidade emerge ao longo da primeira metade do século XX, articulada à emergência de políticas e instituições voltadas à saúde materno-infantil. Contudo, sua interferência foi limitada. A resistência feminina ao saber médico e aos serviços de saúde materno-infantil se manifestam na permanência de práticas tradicionais de cura, de parto e de cuidados infantis, espaços tradicionalmente femininos. Neste trabalho procuramos destacar as práticas tradicionais femininas, com ênfase na ação das mulheres no âmbito curativo, no parto e as sociabilidades que o envolviam, bem como a ação das parteiras, em contrapartida à criação de políticas públicas e instituições de saúde materno-infantil, entre 1910 e 1950. As fontes documentais utilizadas são romances, contos, jornais, biografias, memórias e depoimentos de mulheres nascidas nas décadas de 1920 e 1930.
Descargas
Citas
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Vendendo Saúde: história da propaganda de medicamentos no Brasil. Brasília: Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2008.
CARDOSO, Elizangela Barbosa. “Em defesa da pátria: proteção social, infância e maternidade no Estado Novo”. Revista Brasileira de História a Ciências Sociais, v.4, n.8, dez., 2012.
CARDOSO, Elizangela Barbosa. Identidades de gênero, amor e casamento em Teresina (1920-1960). 2010. Tese (Programa de Pós-Graduação em História), Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2010.
CARVALHO, Thyego Cabral. “Deus guarde”: doenças, relações de poder e conflitos culturais na medicina social da Província do Piauí (1840-1889). Monografia (Graduação em História), Teresina, Universidade Federal do Piauí, 2010.
CASTRO M. H. “Caminhos cruzados entre a propaganda e a saúde em 1930”. Revista Fronteiras-Estudos Midiáticos, vol. 8, n.3, p. 203-211, set.-dez. 2006.
CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano 1: artes de fazer. 13. ed. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2007.
CHARTIER, Roger. Textos, impressões e leituras. In: HUNT, Lynn. A nova historia cultural. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
DEL PRIORE, Mary. Ao sul do corpo: condição feminina, maternidades e mentalidades no Brasil Colônia. Rio de Janeiro: José Olympio, 2. ed., 1995.
DEL PRIORE, Mary. Magia e medicina na colônia: o corpo feminino. In: DEL PRIORE, Mary (org.). História das mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2012.
FARGE, Arlette et al. A história das mulheres, cultura e poder das mulheres: ensaio de historiografia. Gênero, Niterói, v.2, n. 1, p.16, 2 sem. 2001.
FARGE, Arlette. Da diferença dos sexos. In: FARGE, Arlette. Lugares para a história. Lisboa: Teorema, 1999.
FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade I: A vontade de saber. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1988.
FREITAS, Patrícia de. “A mulher é seu útero: a criação da moderna medicina feminina no Brasil”. Antíteses, vol. 1, n. 1, p. 174-187, jan.- jun., 2008.
GUIMARÃES, Maria Regina Contrim. Civilizando as artes de curar: Chernoviz e os manuais de medicina popular no Império. Dissertação (Programa de Pós-graduação em História das Ciências da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz), Rio de Janeiro, Fiocruz, 2003.
HOCHMAN, G. “Reformas, instituições e políticas de saúde no Brasil (1930-1945)”. Educar, Curitiba: Editora UFPR, n. 25, p. 127-141, 2005.
MARTINS, Ana Paula Vosne. “Políticas públicas para a maternidade e a infância no Brasil na primeira metade do século XX”. In: MONTEIRO, Yara Nogueira. História da saúde: olhares e veredas. São Paulo: Instituto de Saúde, 2010.
MARTINS, Ana Paula Vosne. Visões do feminino: a medicina da mulher nos séculos XIX e XX. Rio de Janeiro: Editora FioCRuz, 2004.
MORAES, Livia Suelen Sousa. Saúde materno-infantil, mulheres e médicos em Teresina (1930-1950). Dissertação. (Programa de Pós-Graduação em História do Brasil), Universidade Federal do Piauí, Teresina, 2014.
MOTT, Maria Lucia de Barros. “Assistência ao parto: do domicílio ao hospital”. Projeto História, n.25, dez., 2002.
MOTT, Maria Lucia de Barros. Madame Durocher, modista e parteira. Estudos Feministas, n.1, ano 2, p. 101-116, 1994.
NASCIMENTO, Francisco Alcides do. A cidade sob o fogo: modernização e violência em Teresina (1937- 1947). Teresina: Fundação Cultural Monsenhor Chaves, 2002.
PERROT, Michelle. História dos quartos. São Paulo: Paz e Terra, 2011.
PIMENTA, Tânia Salgado. O exercício das artes de curar no Rio de Janeiro (1828 a 1855), 2003. Tese (Departamento de História do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas), Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2003.
ROHDEN, Fabíola. O império dos hormônios e a construção da diferença entre os sexos. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, v.15, supl., p. 133-152, jun.2008.
ROHDEN, Fabíola. Uma ciência da diferença: sexo, contracepção e natalidade na medicina da mulher. Tese. (Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social) Museu Nacional, UFRJ, 2000.
SOUSA, Noélia Alves de. Sábias mulheres: uma investigação de gênero sobre parteiras no sertão do Ceará. Tese (Programa de Pós-graduação em História Social), Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2023 Lívia Suelen Sousa Moraes Meneses
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.