PERCEPÇÃO E HÁBITOS RELACIONADOS AO LIXO DOMÉSTICO ENTRE MORADORES DA COMUNIDADE DO CORIPÓS, BLUMENAU, SC
Palavras-chave:
Lixo, Saúde Ambiental, Hábitos.Resumo
Introdução: os resíduos sólidos domésticos constituem uma preocupação ambiental mundial e pouco se conhece sobre as representações da comunidade a seu respeito. Objetivo: revelar a percepção sobre lixo doméstico e sua relação com a saúde, bem como as práticas de manuseio e descarte entre moradores da comunidade do Coripós (Blumenau-SC). Método: pesquisa exploratória, descritiva, com abordagem qualitativa, realizada através de entrevista semiestruturada e observação participante, tendo como sujeitos dezesseis mulheres moradoras de áreas apontadas como vulneráveis em relação ao lixo pela equipe de saúde da unidade de ESF local. Resultados: a maioria das entrevistadas não sabe o horário da coleta e não considera o lixo como um problema, apontando a violência e a falta de assistência médica como problemas na comunidade. Identificam lixo como algo descartável ou como sujeira ou ainda, em menor proporção como algo útil. Todas reconhecem a possibilidade de reciclagem, porém poucas a realizam efetivamente por falta de tempo e ausência de coleta seletiva na comunidade. A maioria identifica os restos orgânicos e material reciclável como lixo. Poucas fazem dispensação seletiva, separando material para venda ou para coleta. Relacionam saúde como meio ambiente saudável, seguida por ausência de doença e assistência médica adequada. A relação entre meio ambiente e saúde aparece prioritariamente pela presença de esgoto a céu aberto, deixando, em segundo plano, a presença de lixo acumulado ou espalhado. Relacionam lixo e saúde primeiramente com doenças e, em seguida, a partir da proliferação de vetores, apontando a poluição do ambiente como um problema em si para a qualidade de vida pelo mau cheiro e o mal estar. A maioria procura dispensar o lixo no dia da coleta na cesta comunitária. Outros o dispensam a qualquer momento, causando problemas como lixo no chão, à disposição de animais. Muito poucos reciclam o lixo, não por desconhecimento, mas alegando falta de tempo ou por não existir coleta seletiva. Mau uso da lixeira comunitária e a presença de animais no lixo são considerados problemas. Apontam a correta prática cotidiana individual de dispensação do lixo pelos moradores como solução, seguida por uma coleta mais regular. Conclusões: o lixo aparece como um problema individual, necessitando de maior conhecimento e motivação para reciclagem em processos mais sustentáveis e coletivos. A informação e o comprometimento coletivo a partir de hábitos cotidianos podem ser fatores determinantes para a resolução do problema, devendo ser abordados nos programas de educação em saúde.