PERCEPÇÃO E HÁBITOS RELACIONADOS AO LIXO DOMÉSTICO ENTRE MORADORES DA COMUNIDADE DO CORIPÓS, BLUMENAU, SC

Autores

  • Paula Consolin Vieira Universidade Regional de Blumenau
  • João Luiz Gurgel Calvet da Silveira Universidade Regional de Blumenau
  • Karla Ferreira Rodrigues Universidade Regional de Blumenau

Palavras-chave:

Lixo, Saúde Ambiental, Hábitos.

Resumo

Introdução: os resíduos sólidos domésticos constituem uma preocupação ambiental mundial e pouco se conhece sobre as representações da comunidade a seu respeito. Objetivo: revelar a percepção sobre lixo doméstico e sua relação com a saúde, bem como as práticas de manuseio e descarte entre moradores da comunidade do Coripós (Blumenau-SC). Método: pesquisa exploratória, descritiva, com abordagem qualitativa, realizada através de entrevista semiestruturada e observação participante, tendo como sujeitos dezesseis mulheres moradoras de áreas apontadas como vulneráveis em relação ao lixo pela equipe de saúde da unidade de ESF local. Resultados: a maioria das entrevistadas não sabe o horário da coleta e não considera o lixo como um problema, apontando a violência e a falta de assistência médica como problemas na comunidade. Identificam lixo como algo descartável ou como sujeira ou ainda, em menor proporção como algo útil. Todas reconhecem a possibilidade de reciclagem, porém poucas a realizam efetivamente por falta de tempo e ausência de coleta seletiva na comunidade. A maioria identifica os restos orgânicos e material reciclável como lixo. Poucas fazem dispensação seletiva, separando material para venda ou para coleta. Relacionam saúde como meio ambiente saudável, seguida por ausência de doença e assistência médica adequada. A relação entre meio ambiente e saúde aparece prioritariamente pela presença de esgoto a céu aberto, deixando, em segundo plano, a presença de lixo acumulado ou espalhado. Relacionam lixo e saúde primeiramente com doenças e, em seguida, a partir da proliferação de vetores, apontando a poluição do ambiente como um problema em si para a qualidade de vida pelo mau cheiro e o mal estar. A maioria procura dispensar o lixo no dia da coleta na cesta comunitária. Outros o dispensam a qualquer momento, causando problemas como lixo no chão, à disposição de animais. Muito poucos reciclam o lixo, não por desconhecimento, mas alegando falta de tempo ou por não existir coleta seletiva. Mau uso da lixeira comunitária e a presença de animais no lixo são considerados problemas. Apontam a correta prática cotidiana individual de dispensação do lixo pelos moradores como solução, seguida por uma coleta mais regular. Conclusões: o lixo aparece como um problema individual, necessitando de maior conhecimento e motivação para reciclagem em processos mais sustentáveis e coletivos. A informação e o comprometimento coletivo a partir de hábitos cotidianos podem ser fatores determinantes para a resolução do problema, devendo ser abordados nos programas de educação em saúde.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Paula Consolin Vieira, Universidade Regional de Blumenau

Estudante de Medicina, IX semestre.

Atuo na área de Saúde Coletiva.

João Luiz Gurgel Calvet da Silveira, Universidade Regional de Blumenau

Doutor em Odontologia Social, Docente da FURB. Orientador da pesquisa.

Karla Ferreira Rodrigues, Universidade Regional de Blumenau

Mestre em Saúde e Meio Ambiente, Docente da FURB, orientadora da pesquisa.

Downloads

Publicado

2012-03-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)