Fatores associados ao consumo de medicamentos sem receita médica por pessoas com Diabetes mellitus e/ou Hipertensão arterial atendidas por equipes da Estratégia Saúde da Família
Palavras-chave:
Prescrição de medicamentos, Saúde da família, Diabetes mellitus, HipertensãoResumo
Introdução: A prescrição médica se caracteriza como o local onde serão depositadas as informações necessárias ao paciente referentes à sua terapia medicamentosa. Objetivos: Traçar o perfil de consumo de medicamentos sem receita médica em pessoas com Diabetes Mellitus e/ou Hipertensão arterial sistêmica moradores das áreas de abrangência das Estratégias de Saúde da Família (ESFs) de Blumenau – SC. Métodos: estudo seccional com pessoas com HAS e/ou DM de 10 unidades de ESF, entrevistadas no domicílio com questionário com variáveis sociodemográficas, assistenciais e dos medicamentos. A variável dependente foi uso de medicamento sem receita. Utilizou-se estatística descritiva e testes t de Student e Qui-quadrado para associação com p-valor < 0,05. Resultados: Participaram do estudo 716 pessoas, das quais 488 (62,2%) constituíram-se de mulheres. Foram utilizadas 2932 especialidades farmacêuticas das quais 29,9% (881) sem a presença da receita médica. O subgrupo mais utilizado foi os Inibidores da enzima conversora de angiotensina (359, 12,3%), o medicamento mais comum foi a Hidroclorotiazida (268) e a classe mais utilizada sem a presença da receita foi a dos Psicotrópicos (45,9%). Associou-se um maior número de medicamentos sem a presença da receita a pessoas de maior escolaridade (42,3%), que fumavam (40,0%) e eram sedentários (32,2%), aos que utilizavam menor quantidade de medicamentos (34,5%) e não foram informados sobre cuidados e reações adversas ao remédio (33,5%) e aos que abandonaram o tratamento (72,9%). Conclusão: os resultados sugerem que o maior consumo de medicamentos sem a presença da receita está associado àquelas pessoas que cuidam menos de sua saúde e que recebem menos informação sobre a terapia do profissional de saúde.