Disputas Intelectuais e Financiamento Científico: Fundação Ford e os Sentidos do Golpe de 1964
DOI:
https://doi.org/10.34019/2318-101X.2025.v20.49815Resumo
Este artigo examina as tensões que atravessaram o campo sociológico brasileiro na década de 1960, com foco no embate entre diferentes projetos de ciência formulados para o país naquele contexto. Para tanto, centra-se nas disputas interpretativas entre dois grupos de intelectuais em torno do sentido do golpe de 1964. De um lado, estavam aqueles que concebiam a sociologia como instrumento privilegiado de interpretação da realidade brasileira, tendo em Florestan Fernandes seu principal expoente; de outro, intelectuais que recorriam à ciência política como arcabouço teórico mais adequado à compreensão do evento e de seus desdobramentos, com destaque para Wanderley Guilherme dos Santos. A hipótese central sustenta que tais divergências extrapolavam o plano estritamente teórico, expressando disputas mais amplas no interior do campo das ciências sociais e traduzindo diferentes tomadas de posição diante dos projetos de ciência e de sociedade em disputa naquele período. Em perspectiva mais ampla, o artigo investiga como os processos de consolidação e declínio desses paradigmas foram condicionados por dinâmicas institucionais, em especial pelo papel desempenhado pelas agências de fomento científico – com destaque para o financiamento privado da Fundação Ford. Tais processos foram decisivos para o reordenamento do campo das Ciências Sociais no Brasil.
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- 2025-10-08 (2)
- 2025-10-07 (1)
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