O Estado de Contrainsurgência e o Autoritarismo no Brasil Bolsonarista: uma Análise à Luz de Ruy Mauro Marini

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DOI:

https://doi.org/10.34019/2318-101X.2025.v20.49250

Resumo

Este trabalho analisa a dinâmica política brasileira a partir do golpe parlamentar-jurídico-midiático de 2016 e sua continuidade no governo Bolsonaro (2019-2022), à luz da categoria “Estado de Contrainsurgência” de Ruy Mauro Marini. O objetivo é compreender como essa forma de reorganização autoritária da ordem burguesa, já presente no golpe de 1964, se atualiza no contexto recente. A pesquisa, bibliográfica e de abordagem qualitativa, utiliza o materialismo histórico-dialético para interpretar esse fenômeno como uma suspensão temporária da democracia liberal, voltada à eliminação das forças transformadoras e posterior restauração da ordem institucional. Argumenta-se que o governo Bolsonaro não representou uma ruptura total, mas uma modulação autoritária sustentada pela aparência de legalidade, articulando militarização da política, externalização da ameaça revolucionária e restauração liberal. O bolsonarismo, impulsionado por ressentimentos sociais e um projeto ultraliberal, mobilizou “contrapúblicos conservadores” que corroem as instituições democráticas por dentro. A radicalização do Estado de Contrainsurgência se expressa na combinação entre autoritarismo militar e desmonte neoliberal, com uso do negacionismo, da retórica antiestablishment e do terrorismo simbólico contra a oposição. Conclui-se que a categoria de Marini é fundamental para compreender os novos autoritarismos na periferia do capitalismo e pensar alternativas políticas a essa configuração do poder.

 

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Publicado

2025-10-14 — Atualizado em 2025-10-15

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