Consumo de drogas por mulheres pertencentes às camadas médias
DOI:
https://doi.org/10.34019/2318-101X.2020.v15.29355Resumo
Enquanto os padrões, perfis e sentidos do uso de drogas lícitas e ilícitas têm sido amplamente pesquisados entre os setores mais pobres e vulneráveis da população, tanto para fins acadêmicos quanto para formulação/ implementação e acompanhamento de políticas públicas de segurança e saúde, outros segmentos sociais estiveram tradicionalmente ausentes destas reflexões. Atento a este problema, este trabalho procura, por meio do arcabouço da sociologia do cotidiano e do método de entrevistas compreensivas, reconstruir os sentidos do uso de drogas lícitas e ilícitas por mulheres de camadas médias em duas Regiões do país. Por meio destas narrativas, reconstruir o circuito que vai do conhecimento dos fármacos aos usos, passando pelas formas de aquisição, o artigo reflete sobre a atribuição de sentido à experiência do uso de drogas pelos sujeitos e a permanente (re)constituição de seus laços sociais e subjetividades. Entre o consumo das lícitas e/ou das ilícitas, as mulheres avaliam qual é substância mais apropriada para o seu consumo privado, pois há muito mais que um modo capitalista em jogo, há um modo de vida que exige dessa usuária escolhas que, a princípio, possibilitam que a mesma se individualize enquanto sujeito, concomitante à sua inserção na vida social e cotidiana.