Aprimoramento cognitivo e uso de substâncias: um estudo em torno da divulgação midiática brasileira sobre “smart drugs” e nootrópicos

Autores

  • Bruno Castro Insituto de Estudos em Saúde Coletiva / UFRJ https://orcid.org/0000-0002-9230-1702
  • Elaine Reis Brandão Instituto de Estudos em Saúde Coletiva - Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.34019/2318-101X.2020.v15.29336

Resumo

O consumo de fármacos com o propósito de otimizar processos mentais, como memória, concentração e estado de alerta, tem se expandido, principalmente mediante disseminação pela internet. As chamadas “smart drugs” e fármacos nootrópicos são utilizados com a expectativa de obtenção de melhor desempenho em tarefas profissionais e acadêmicas. O objetivo deste artigo foi analisar a difusão do uso de medicamentos para aprimoramento cognitivo, a partir de publicações midiáticas brasileiras. A metodologia adotada foi a pesquisa qualitativa documental, baseada em materiais de divulgação científica que compreendem reportagens publicadas entre os anos de 2009 e 2017, em veículos de mídia reconhecidos nacionalmente. Na propagação de saberes e práticas relacionadas à otimização do desempenho cognitivo pelo uso de substâncias, a internet constitui uma tecnologia midiática potencial para os veículos de divulgação, na disseminação e socialização de tais substâncias. A construção de saberes, noções e representações sociais relacionadas ao tema abordado desafia as instâncias de controle hegemônico do cuidado em saúde. Na esteira dos processos de farmacologização da sociedade, o tratamento público do tema permite estabelecer uma analogia com a “questão das drogas” tornadas ilícitas na contemporaneidade.

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Publicado

2020-11-05