Criticar / criar / curar arte: Sheila Leirner e sua “Grande Obra” na imprensa e em exposições
DOI:
https://doi.org/10.34019/2318-101X.2019.v14.25943Resumo
Neste artigo, analiso o projeto curatorial de Sheila Leirner para a 18ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo, realizada em 1985. Partindo de um estudo mais amplo sobre as práticas discursivas da crítica de arte e curadora, concentro a atenção nos seus textos veiculados na imprensa, que articulo com textos para catálogos de exposições e com sua produção artística, cobrindo um período que vai de 1975 a 1987. Do conteúdo textual resultante de suas práticas, enfoco suas concepções sobre a constituição da produção artística contemporânea e das atividades de criar, criticar e curar obras de arte. Meu objetivo neste artigo é situar a 18ª Bienal e a atuação de Leirner no desenrolar de um debate que mobilizou e envolveu diferentes componentes do universo artístico nacional, especialmente críticos/as de arte. Refiro-me à discussão que circundou a função e os limites da curadoria de exposições de artes visuais e sua relação com a crítica de arte no Brasil. A partir do caso da 18ª Bienal, proponho uma interpretação sobre como um perfil de curadoria autoral foi possível naquela conjuntura, e que impacto teve na configuração do universo artístico local.