“A gente que está aqui é diferente”: notas etnográficas sobre deficiência intelectual numa APAE do interior de São Paulo-BR.

Autores

  • Julian Simões Universidade Federal de Juiz de Fora Instituto de Ciências Humanas Departamento de Ciências Sociais

Resumo

Este artigo explora parte do material de minha pesquisa realizada numa Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de uma cidade do interior do Estado de São Paulo durante o primeiro semestre de 2012. Para realização de tal proposta, busco, por um lado, compreender como é formulada a noção de “deficiência intelectual” advinda dos laudos psicológicos da APAE, a fim de reconhecer quais categorias operam e como elas ganham significado na Instituição. Por outro lado, busco evidenciar como a “deficiência intelectual” é
formulada em termos de “diferença” pelos alunos matriculados na Associação. Assim, o objetivo do artigo é explicitar algumas disputas e dissonâncias existentes entre formas de categorizar a deficiência intelectual, bem como os espaços de fissura que emergem das experiências dos alunos da APAE. Mais do que desfazer dualismos entre incapacidade e capacidade, deficiência e não-deficiência ou anormalidade e normalidade, esses espaços de fissura são elementares para se pensar, como bem coloca Foucault, os dispositivos de uma
tecnologia política de gestão de vidas.

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Publicado

2017-04-27