Os dispositivos psiquiátricos reformistas no Brasil e no Chile e a gestão pela liberdade: breves etnografias das formas de gestão vincula das à saúde mental

Autores

  • Arthur Arruda Leal Ferreira Universidade Federal de Juiz de Fora Instituto de Ciências Humanas Departamento de Ciências Sociais
  • Jimena Carrasco Madariaga
  • Rafael de Souza Lima

Resumo

O principal objetivo deste artigo é compreender as práticas cotidianas de gestão de pacientes e profissionais nos dispositivos pós-reformistas no campo de saúde mental. A partir do trabalho genealógico de Foucault sobre as práticas de governo, entendidas como formas de condução da conduta alheia, abre-se um campo possível para o estudo do surgimento e das práticas dos saberes psicológicos e psiquiátricos. Aqui teríamos dois marcos: 1) no século XVI, surgem técnicas de governo baseadas no disciplinamento, o “Estado de polícia”; e 2) no século XVIII novas tecnologias de governo em referências liberais. Neste último marco, a psicologia passa a ter especial importância no século XX, atuando especificamente em sociedades democráticas. Não somente através da disciplinarização dos indivíduos, mas principalmente através das livres manifestações naturais destes. Nosso objetivo é avaliar as práticas e conceitos de cidadania e liberdade no contexto de alguns processos de Reforma Psiquiátrica, especialmente a chilena e a brasileira. Para tal, sustentamos a hipótese de que coexistem neste campo não apenas os antigos dispositivos disciplinares e a resistência a estes, mas modos liberais de gestão. Estes serão analisados nas práticas cotidianas de gestão dos usuários em saúde mental.

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Publicado

2017-04-27