Cidade e turismo: o valor de consumo da (contra)paisagem cultural carioca
DOI:
https://doi.org/10.34019/2318-101X.2018.v13.12410Resumo
A patrimonialização da paisagem cultural da cidade do Rio de Janeiro foi uma estratégica política de valorização paisagística, revitalização das áreas históricas e de recomposição da imagem turística. A partir de revisão de literatura e observações diretas, entendemos que o uso da noção de paisagem cultural, conceito mais abrangente que o de patrimônio histórico, tornou-se um importante recurso para reposicionar o Rio no processo global de concorrência intercidades, ao tempo que conformou um processo de concorrência intracidade em torno da paisagem turística. Diversas ações público-privadas foram implantadas para agregar “valor de consumo” aos bens culturais, atrair investimentos e capitais que, por um lado, estimularam o enobrecimento de espaços públicos, inclusive de favelas. Por outro, as favelas tornaram-se uma “contra-paisagem”, ora inserida no mapa turístico, ora ameaçadas de remoção.