Avaliação e descrição da oralidade narrativa na escola primária: o que as produções dos alunos nos dizem sobre os efeitos das sequências didáticas
DOI:
https://doi.org/10.34019/1982-2243.2022.v26.37882Resumo
As dificuldades relacionadas ao ensino da oralidade podem ser parcialmente explicadas pela falta de critérios de avaliação bem definidos (NONNON, 1999, 2006) e pela existência de modelos imprecisos (XXXX, 2020). Com o suporte de um instrumento de avaliação da oralidade narrativa, nós analisamos um corpus de narrativas orais espontâneas realizadas por 32 alunos entre 6 e 10 anos em dois momentos: um, antes da apresentação de uma sequência didática sobre o conto, e um, depois. Análises quantitativas e qualitativas foram efetuadas com o objetivo de descrever as narrativas e de verificar se os critérios utilizados e reunidos em uma tabela atestam variações tanto no nível interindividual quanto no nível de progresso individual, sinais de sua eficácia para o ensino e para a pesquisa. As histórias produzidas após a sequência didática são mais longas e apresentam uma melhor construção narrativa, mas o vocabulário não é mais rico, nem as estruturas gramaticais são mais complexas do que naquelas produzidas antes da sequência didática. Nossas análises qualitativas incluem cruzamentos entre as dimensões narrativas e linguísticas, e sugerem a presença de perfis de contadores de contos. Os resultados permitem elaborar recomendações quanto aos objetivos de aprendizagem e à organização do ensino da oralidade no primário.