O processo de secularização do Brasil no limiar da República e a criminalização do espiritismo

Autores

  • Adriana Gomes

Palavras-chave:

secularização brasileira, espiritismo, Código Penal de 1890

Resumo

O presente artigo se propõe a discutir as especificidades da secularização brasileira na Primeira República em que se evidenciaram as complexidades das relações entre a religião e a sociedade. No advento do novo regime, o Estado não definiu, no quadro de religiosidades proferidas pela população, o que era considerado religião e, portanto, com direito à proteção legal, das práticas consideradas antissociais e crime contra a tranquilidade pública. Nesse contexto, o espiritismo Kardequiano foi inserido como uma prática anômica para os critérios de “civilidade” estabelecidos, sobretudo para a capital federal – Rio de Janeiro. Aos seus adeptos, coube o ônus de buscarem representatividade no espaço público a fim de obterem o reconhecimento de suas práticas como sendo religiosas e não criminosas, legitimando-se nos princípios da liberdade individual e de consciência.

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Publicado

2013-03-03

Como Citar

GOMES, A. O processo de secularização do Brasil no limiar da República e a criminalização do espiritismo. Sacrilegens , [S. l.], v. 10, n. 1, p. 83–93, 2013. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/sacrilegens/article/view/26745. Acesso em: 18 abr. 2024.

Edição

Seção

Temática Livre