ISOLAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE METABÓLITOS SECUNDÁRIOS DAS FOLHAS DE XYLOSMA PROCKIA (TURCZ.) TURCZ. (SALICACEAE) E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIFÚNGICA IN VITRO FRENTE A LINHAGENS DE CRYPTOCOCCUS SPP
Palavras-chave:
Cryptococcus ssp, Compostos bioativos, Citotoxicidade, Atividade Antifúngica, Xylosma prockiaResumo
A incidência de infecções fúngicas tem apresentado crescimento substancial nas últimas décadas devido, principalmente, ao aumento da população imunocomprometida. As espécies de Cryptococcus spp. são responsáveis por importantes infecções sistêmicas e apresentam estimativa global de milhões de novos casos por ano. As atuais opções terapêuticas são limitadas e os tratamentos demorados, podendo apresentar restrito espectro de ação e alta toxicidade ao paciente, o que torna a procura por novos agentes terapêuticos um importante passo para melhoria dos tratamentos. Entre as estratégias para o desenvolvimento de novos agentes antifúngicos, a identificação de substâncias bioativas presentes em produtos naturais tem grande importância devido à grande variabilidade química, que serve de inspiração na busca por novos fármacos. Estudos anteriores em parceria com o Laboratório de Microbiologia da UFJF/GV observaram promissora atividade antifúngica para as frações polares das folhas de Xylosma prockia, frente a linhagens de Cryptococcus spp. Xylosma prockia, popularmente conhecida como espinho-de- agulha, é uma planta nativa do Brasil e que apresenta escassos estudos a respeito de sua composição química e potencial biológico. No presente trabalho foi realizada a caracterização da fração acetato de etila (FAE), a fim de tentar identificar as substâncias responsáveis pela potencial atividade antifúngica observada anteriormente. Para isso a FAE, obtida das folhas de X. prockia, foi fracionada dando origem a subfração FB3. Ambas (FAE e FB3) foram caracterizadas por cromatografia líquida de alta eficiência acoplada à espectrometria de massas (CLAE/EM). As substâncias presentes em FB3 foram isoladas por cromatografia preparativa utilizando cromatógrafo líquido de alta eficiência (CLAE) e caracterizadas por meio de experimentos de espectrometria de massas e espectroscopia de ressonância magnética nuclear (RMN). A FAE e a subfração FB3 foram avaliadas quanto à atividade antifúngica e citotoxicidade frente a macrófagos murinos 264.7 e J774A.1. A caracterização permitiu identificar a presença majoritária de glicosídeos fenólicos na composição de FAE, sendo importante ressaltar a identificação de substâncias inéditas na literatura. A subfração FB3 é composta por uma mistura de isômeros geométricos e de posição, sendo que quatro foram isolados e caracterizados: E-cumaroil-6’-O-β-D-glicosideo-4-oxo-2-ciclopentenilmetila (1); E-cumaroil-6’-O-β-D-glicosideo-2-oxo-3-ciclopentenilmetila (2 e 3) e Z-cumaroil-6’-O-β-D-glicosideo-2-oxo-3-ciclopentenilmetila (4). Tanto a FAE como a mistura de isômeros (FB3) apresentaram potente atividade antifúngica frente a linhagens de Cryptococcus spp., com certa citotoxicidade em alguns experimentos.
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