Significados de paternidade em famílias monoparentais femininas
DOI:
https://doi.org/10.24879/201600100020058Resumen
O presente estudo teve como objetivo conhecer os significados atribuídos à paternidade por mulheres chefes de família. Participaram deste estudo dez mulheres que compunham uma família monoparental e eram provenientes de grupos populares A entrevista, com roteiro semiestruturado, foi um dos instrumentos de coleta de dados assim como o grupo focal. O material coletado foi analisado por meio da análise de conteúdo, que sustentou o surgimento de categorias de análise. Os resultados indicaram, de modo geral, a coexistência de concepções tradicionais e modernas no que se refere aos significados atribuídos à paternidade. Ademais, evidenciou-se uma tendência a ampliação do modelo de paternidade, no qual o pai além de provedor da família é reconhecido por sua presença e afetividade, resgatando a sua importância no ambiente familiar.
Descargas
Citas
stereotyping of parents in children’s picture books:
the invisible father. Sex Roles, 52(3/4), 145-151.
Barbour, R. (2009). Grupos focais. Porto Alegre: Artmed.
Bardin, L. (2011). Análise de conteúdo (ed. rev. e amp.).
(L. A. Reto & A. Pinheiro. Trad.). Lisboa: Edições 70.
Bossardi, C. N., Gomes, L. B., Vieira, M. L., & Crepaldi,
M. A. (2013). Engajamento paterno no cuidado a
crianças de 4 a 6 anos. Psicologia Argumento, 31(73),
237-246.
Bottoli, C., & Arpini, D. M. (2011). O exercício
da paternidade na separação conjugal. In. F. P.
Jaeger, C. S. Kruel, & A. C. Siqueira (Orgs.),
Parentalidade e contemporaneidade: os desafios para a
Psicologia (pp. 123-150). Santa Maria, RS: Centro
Universitário Franciscano.
Carloto, C. M. (2005). A chefia familiar feminina nas
famílias monoparentais em situação de extrema
pobreza. Revista Virtual Textos & Contextos, 4, 1-17.
Corso, D. L., & Corso, M. (2011). A psicanálise
na Terra do Nunca: ensaios sobre a fantasia. Porto
Alegre: Penso.
Cúnico, S. D., Arpini, D. M., & Cantele, J. (2013). A
impossibilidade no exercício da paternidade: algumas
reflexões. Psicologia em Revista, 19(3), 353-370.
Cúnico, S. D., & Arpini, D. M. (2014). Não basta gerar,
tem que participar? Um estudo sobre a ausência
paterna. Psicologia: Ciência e Profissão, 34(1),
226-241.
Dantas, C., Jablonski, B., & Féres-Carneiro, T. (2004).
Paternidade: considerações sobre a relação pais-filhos
após a separação conjugal. Paidéia, 14(29), 347-357.
Décoret, B. (2001). Organisation parentale et
persistance du lien après divorce. Recherche
ethnométhodologique avec des divorcés. Dialogue,
151(1), 39-49.
Falcke, D., & Wagner, A. (2005). A dinâmica familiar
e o fenômeno da transgeracionalidade: definição de
conceitos. In A. Wagner (Org.). Como se perpetua
a família? A transmissão dos modelos familiares. (pp.
25-46). Porto Alegre: EDIPUCRS.
Gomes, A. J. S., & Resende, V. R. (2004). O pai
presente: o desvelar da paternidade em uma família
contemporânea. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 20,
119-125.
Grisard Filho, W. (2009). Guarda Compartilhada: um
novo modelo de responsabilidade parental (4° ed. rev.,
atual. e ampl.). São Paulo: Revista dos Tribunais.
Grzybowski, L. S., & Wagner, A. (2010). Casa do Pai,
Casa da Mãe: A coparentalidade após o divórcio.
Psicologia: Teoria e Pesquisa, 26(1), 77-87.
Hernández, A. J. C., & Pérez, C. D. S. (2009). The
formation of female-headed households in poor
urban sectors in Colima, Mexico: a five-case analysis.
Sociedade e cultura, 12(2), 331-341.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2010).
Censo Demográfico: Família e Domicílio. Acessado
em: 27 de outubro de 2016. Disponível em: http://
www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/
censo2010/familias_e_domicilios/default_
familias_e_domicilios.shtm
Lyra, J., Medrado, B. (2000). Gênero e paternidade
nas pesquisas demográficas: o viés científico. Estudos
feministas, 8(1), 145-158.
Macedo, M. S. (2008). Mulheres chefes de família e
a perspectiva de gênero: trajetória de um tema e a crítica sobre a feminização da pobreza. Caderno
CRH, 21(53), 385-399.
Nixon, E., Greene, S., & Hogan, D. (2012). Negotiating
Relationships in Single-Mother Households:
Perspectives of Children and Mothers. Family
Relations, 61(1), 142– 156.
Oliveira, A. G. & Silva, R. R. (2011). Pai contemporâneo:
Diálogos entre pesquisadores brasileiros no período
de 1998 a 2008. Psicologia Argumento, 29(66),
353-360.
Pereira, C. R. R., & Arpini, D. M. (2012). Os irmãos
nas novas configurações familiares. Psicologia
Argumento, 30(69), 275-285.
Peres, V. L. A. (2001). Concepções de família em
população de periferia urbana. In S. M. G. Sousa
(Org.), Infância, Adolescência e Família (pp. 217-
230). Goiânia: Cânone Editorial.
Perucchi, J., & Beirão, A. M. (2007). Novos arranjos
familiares: paternidade, parentalidade e relações de
gênero sob o olhar de mulheres chefes de família.
Psicologia Clínica, 19(2), 57-69.
Pinheiro, L., Galiza, M., & Fontoura, N. (2009).
Novos arranjos familiares, velhas convenções
sociais de gênero: a licença-parental como política
pública para lidar com essas tensões. Revista Estudos
Feministas, 17(3), 851-859.
Pinto, R. M. F., Micheletti, F. A. B. O., Bernardes, L.
M., Fernandes, J. M. P. A., Monteiro, G. V., Silva,
M. L. N., Barreira, T. M. H. M., Makhoul, A. F., &
Cohn, A. (2011). Condição feminina de mulheres
chefes de família em situação de vulnerabilidade
social. Serviço Social & Sociedade, 105, 167-179.
Poupart, J. (2008). A entrevista do tipo qualitativo:
considerações epistemológicas, teóricas e
metodológicas. In Poupart, J. et al. (Orgs.). A
pesquisa qualitativa: Enfoques epistemológicos e
metodológicos. (A. C. Nasser, Trad.) (pp. 215-253).
Petrópolis, RJ: Vozes.
Ramos, M. (2003). Modificações da instituição família:
famílias uniparentais – produção independente. In
G. C. Groeninga, & R. C. Pereira (Orgs.), Direito de
Família e Psicanálise: Rumo a uma nova epistemologia
(pp. 287-298). Rio de Janeiro: Imago.
Reis, E. F. (2010). Varas de família – Um encontro entre
Psicologia e Direito. Curitiba: Juruá.
Sarti, C. A. (1994). A família como ordem moral.
Cadernos de pesquisa, 91, 46-53.
Staudt, A. C. P., & Wagner, A. (2008). Paternidade
em tempos de mudança. Psicologia: Teoria e Prática,
10(1), 174-185.
Silva, J. M. (2010). O lugar do pai: uma construção
imaginária. São Paulo: Annablume.
Turato, E. R. (2003). Tratado de metodologia da pesquisa
clínico-qualitativa. Petrópolis: Vozes.
Vieira, E. N., & Souza, L. (2010). Guarda paterna e
representações sociais de paternidade e maternidade.
Análise Psicológica, 4(28), 581-596.
Warpechowski, A., & Mosmann, C. (2012). A
experiência da paternidade frente à separação
conjugal: sentimentos e percepções. Temas em
Psicologia, 20(1), 247-260.