Interfaces entre teoria da mente, linguagem e faz de conta

Autores

  • Flávia Fraga Silveira Universidade Federal de Juiz de Fora (Juiz de Fora), Brasil
  • Marisa Cosenza Rodrigues Universidade Federal de Juiz de Fora (Juiz de Fora), Brasil

DOI:

https://doi.org/10.24879/20150090010025

Resumo

Gradualmente, as crianças tornam-se capazes de compreenderem os estados mentais próprios e alheios e de expressá-los por meio da linguagem. Neste domínio sociocognitivo, a brincadeira de faz de conta é uma atividade que pode favorecer a atribuição dos estados mentais na infância. O presente artigo pretende discutir algumas interfaces entre teoria da mente, linguagem e faz de conta. A importância da brincadeira de faz de conta e das conversações como recursos para promover o desenvolvimento sociocognitivo é destacada, pois ambas fomentam a atribuição dos estados mentais. Família e escola são apresentadas como contextos de desenvolvimento potenciais para tal estimulação, uma vez que constituem instâncias favorecedoras de conversações, leituras interativas e brincadeiras.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Alves, A. C. S., Dias, M. G. B. B., & Sobral, A. B.
C. (2007). A relação entre a brincadeira de faz
de conta e o desenvolvimento de habilidades na
aquisição de uma teoria da mente. Psicologia em
Estudo, 12(2), 325-334.
Carraro, L. (2003). A metarrepresentação na brincadeira
de faz de conta: uma investigação da teoria da mente,
Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
Carvalho, L. R. L., Mecca, F. F. N., & Lightig, I. (2008).
Avaliação das habilidades de metarrepresentação
em crianças de sete a oito anos. Pró-Fono Revista de
Atualização Científica, 20(2), 81- 86.
Deleau, M., Maluf, M. R., & Panciera, S. D. P. (2008).
O papel da linguagem no desenvolvimento de uma
teoria da mente: como e quando as crianças se tornam
capazes de representações de estados mentais. In:
T. M. Sperb & M. R. Maluf (Orgs.). Desenvolvimento
sociocognitivo: estudos brasileiros sobre teoria da mente.
São Paulo: Vetor, 93-130.
Domingues, S., & Maluf, M. R. (2008). Compreendendo
estados mentais: procedimentos de pesquisa a partir
da tarefa original de crença falsa. In: T. M. Sperb &
M. R. Maluf (Org.). Desenvolvimento sociocognitivo:
estudos brasileiros sobre teoria da mente. São Paulo:
Vetor, 2008, 11-32.
Dunn, J., & Brown, J. (1994). Affect expression in
the family, children’s understanding of emotions,
and their interactions with others. Merrill-Palmer
Quarterly, 4 (1), 120-137.
Dyer, J. R., Shatz, M., & Wellman, H. M. (2000).
Young children’s storybooks as a source of mental state
information. Cognitive Development, 15(1), 17-37.
Feldman, I. & Souza, M. L. de (2011). A percepção
da brincadeira de faz de conta por crianças de
uma instituição de educação infantil. Revista
Interinstitucional de Psicologia, 4(1), 26-35.
Fiaes, C. S., & Bichara, I. D. (2009). Brincadeira
de faz de conta em crianças autistas: limites e
possibilidades numa perspectiva evolucionista.
Estudos de Psicologia, 14(3), 231-238. doi:
10.1590/S1413-294X2009000300007
Grazzani, I., & Ornaghi, V. (2012). How do use and
comprehension of mental-state language relate to
theory of mind in middle childhood?. Cognitive
Development, 27(2), 99-111.
Jordan, F. M., & Mella, E. R. (2009). La arquitectura de la
ficción y el lector infantil: conjeturas sobre el proceso
de articulación em la comprensión literaria. Estudios
pedagógicos (Valdivia), 35(2), 261-268.
Keskin, B. (2005). The relationship between theory of
mind, symbolic transformations in pretend play, and
children’s social competence, Tese de Doutorado,
The Florida State University.
Leslie, A. M. (1987). Pretense and representation:
The origins of “theory of mind”.  Psychological
Review, 94(4), 412-426.
Lillard, A. S. (1993). Pretend play skills and the child’s
theory of mind.  Child development,  64(2), 348-
371. doi: 10.1111/j.1467-8624.1993.tb02914.x
Lillard, A., Pinkham, A. M., & Smith, E. (2011).
Pretend play and cognitive development. In
Goswami, U. (Org.). The Wiley-Blackwell Handbook
of Childhood Cognitive Development (2ª edition).
Reino Unido: Blackwell Publishing Ltd, 285-311.
Lyra, V. P., Roazzi, A., & Garvey, A. P. (2008).
Emergência da teoria da mente em relações
sociais. T. M. Sperb & M. R. Maluf. (Orgs.).
Desenvolvimento sociocognitivo: estudos
brasileiros sobre teoria da mente. São Paulo:
Vetor, 55-91.
Maluf, M. R., Gallo-Penna, E. C., & Santos,
M. J. (2011). Atribuição de estados mentais e
compreensão conversacional: estudo com pré-
escolares. Paidéia, 21(48), 41-50.Markel, C., Major, A., & Pelletier, J. (2013). Relations
among children’s theory of mind, family factors,
language development, and story comprehension
in L1 and L2 preschoolers. International Journal of
Research Studies in Psychology, 2(2), 15-32.
Meins, E., Fernyhough, C., Arnott, B., Leekam, S.
R., & Rosnay, M. (2013). Mind-Mindedness and
Theory of Mind: Mediating Roles of Language
and Perspectival Symbolic Play. Child development,
84 (5), 1777-1790. doi: 10.5861/ijrsp.2012.157
Panciera, S. D. P., Valério, A., Maluf, M. R., & Deleau, M.
(2008). Pragmática da linguagem e desenvolvimento
da teoria da mente: estudos com pré-escolares. In: T.
M. Sperb & M. R. Maluf (Orgs.). Desenvolvimento
sociocognitivo: estudos brasileiros sobre teoria da mente.
São Paulo: Vetor, 191-212.
Pinto, A. V. G. D. S. (2011). A Brincadeira de
Faz de conta e a Teoria da Mente: algumas
reflexões.  Anagrama: Revista Científica
Interdisciplinar da Graduação, 4(3), 1-11.
Ribeiro, N. N (2012). Atribuição de estados mentais
e consciência metatextual: efeitos de uma pesquisaintervenção
com a literatura infantil, Dissertação de
Mestrado, Universidade Federal de Juiz de Fora,
Juiz de Fora.
Roazzi, A., & Santana, S. M. (1999). Teoria da Mente:
efeito da idade, do sexo, e do uso de termos mentais
animados e inanimados na inferência de estados
mentais. Psicologia Reflexão e Crítica, 12(2), 307-
330. doi: 10.1590/S0102-79721999000200005 
Rodrigues, M. C., Henriques, M. W., & Patrício,
M. O., (2009). Leitura de histórias e evocação de
estados mentais por pré-escolares. Psicologia Escolar
e Educacional, 13(1), 37-44.
Rodrigues, M. C., & Pires, L. G. (2010). Teoria da
mente: linguagem e contextos de desenvolvimento
infantil. In: M. C. Rodrigues & T. M. Sperb
(Org.). Contextos de Desenvolvimento da Linguagem.
(p. 103-135) São Paulo: Vetor,
Rodrigues, M. C., & Rubac, J. S. (2008). Histórias
infantis: um recurso para a compreensão dos
estados mentais. Estudos de Psicologia, 13(1), 31-7.
Rodrigues, M. C., & Tavares, A. L. (2009).
Desenvolvimento sociocognitivo e histórias infantis:
subsídios para a prática docente. Paidéia, 19(44),
323-331.
Romero, R. F., Velandia, N. A., & Pacheco, M. C.
T. (2011). Teoría de la Mente en Tareas de Falsa
Creencia y Producción Narrativa en Preescolares:
Investigaciones Contemporáneas.  Revista
Colombiana de Psicología, 20(2), 249-264.
Souza, D. H. (2006). Falando sobre a mente: Algumas
considerações sobre a relação entre linguagem e
teoria da mente. Psicologia: Reflexão e crítica, 19(3),
387-394.
Souza, D. H. (2008). De onde e para onde? As
interfaces entre linguagem, teoria da mente e
desenvolvimento social. In: T. M. Sperb & M.
R. Maluf (Org.).  Desenvolvimento sociocognitivo:
estudos brasileiros sobre teoria da mente. (p. 33-54)
São Paulo: Vetor,.
Souza, A. S. F. (2009). Teoria da mente e desenvolvimento
infantil: Um procedimento de intervenção com
crianças no interior da Bahia, Dissertação de
Mestrado, Pontifícia Universidade Catóica de São
Paulo, São Paulo.
Sperb, T. M., & Carraro, L. (2008). A relação entre o faz
de conta e a teoria da mente: Controvérsias teóricas
e empíricas. In: T. M. Sperb & M. R. Maluf (Orgs.).
Desenvolvimento sociocognitivo: estudos brasileiros sobre
teoria da mente. (p. 163-190) São Paulo: Vetor.
Stich, M. (2010). Theory of Mind and Pretend Play in
Children with Specific Language Impairment, Tese
de Doutorado, University of Toronto, Toronto.

Downloads

Publicado

2016-10-04

Edição

Seção

Artigos