Da diferença natural à diferença moral entre os sexos: uma perspectiva freudiana
DOI:
https://doi.org/10.34019/1982-1247.2019.v13.26498Palavras-chave:
Freud, Psicanálise e cultura, SexualidadeResumo
Apresenta-se, neste artigo, uma cartografia da diferença sexual, no intuito de refletir sobre as marcas sócio históricas ocidentais que repercutiram na elaboração da teoria freudiana sobre a sexualidade moderna. Em decorrência dessa reflexão, percebe-se que o discurso referente à diferença natural entre os sexos é recente, motivo pelo qual não devemos tratá-lo com naturalidade. Entende-se que os pressupostos que possibilitaram o nascimento da psicanálise não escapam às tentativas cientificistas de estabelecer a natureza das sexualidades masculina e feminina. Entretanto, ao deslocar o foco da sexualidade do biológico para o psíquico, Freud opera uma leitura que evidencia as marcas de um discurso moral que se mostrava na construção dos laços sociais entre os gêneros, que perpetua, em grande medida, no contemporâneo.