AS MULHERES DA COLÔNIA DE ALIENADAS DO ENGENHO DE DENTRO
DOI:
https://doi.org/10.34019/1982-1247.2019.v13.23786Palavras-chave:
história da psicologia, história das mulheres, seção Esquirol, colônia de alienadas do Engenho de Dentro, dialogia.Resumo
O objetivo desse trabalho foi investigar a transferência das 334 mulheres indigentes da seção Esquirol, ala do Hospício Nacional de Alienados, para a Colônia de Alienadas do Engenho de Dentro. A hipótese é a de que a criação da colônia foi a ratificação de uma política de tratamento que extrapolou o saber psiquiátrico e fez confluir temas e discursos diversos, tais como feminilidade, republicanismo, trabalho e pobreza. Na análise desse campo de diálogo espera-se compreender a participação do ideário psiquiátrico nas formulações que marcaram a compreensão acerca da mulher pobre durante a primeira república e inserir o aparecimento destas ideias no conjunto de instrumentos de regulação social que precisaram ser reconstruídos após a crise institucional do segundo reinado.
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