O desencantamento da Era Secular: a pós-teologia de Taylor, a Europa Pós-moderna e a Índia Pós-colonial
Resumo
Resumo
O presente artigo analisa as experiências teóricas e praticas do conceito de secularismo na Índia. Sustenta que o sucesso e reputação da Índia como a maior (mas não necessariamente a melhor ou mais bem sucedida) democracia do mundo dão-se, em certa medida, em virtude do compromisso do Estado-nação com um ethos secular. Entretanto, e pelos mesmos motivos, o fracasso em consolidar e dar sustentabilidade a uma solida estrutura democrática repousa, paradoxalmente, nas imbricações obscuras do secularismo, em especial em sua incapacidade de se reconciliar com a longa historia do tecido religioso da nação e por se manter refém de uma comunidade que se sente pesarosamente marginalizada e desprivilegiada em face dos direitos supostamente exacerbados que estariam sendo concedidos a uma outra comunidade religiosa. Existem lições obvias a serem aprendidas por todos aqueles que no Ocidente acreditam, tal como Charles Taylor, que chegou o momento do Ocidente aposentar o velho e rígido conceito de “secularismo” e abrir caminho para uma concepção mais robusta, flexível e aberta de “secularidade”. Completa-se, assim, o círculo hermenêutico: o secularismo nasce do baixo-ventre da modernidade como “desencantamento do mundo” (Weber); e o pós-secular assinala o nascimento do “desencantamento da secularidade”.
Palavras-Chave: Secularismo, Índia, pós-colonial, nacionalismo hindu.
Abstract
The present article analyses the theoretical and practical experiences of the concept of secularism in India. It postulates that India’s success and reputation as the largest (not necessarily the best or the most successful) democracy is yielded in part by virtue of the nation-state’s commitment to a secular ethos. However, by the same token, the faultlines in cementing and sustaining a rigorous democratic structure also, paradoxically, as I have shown, lies very much in the imbrications of secularism, particularly as it is unable to come to terms with the long history of the nation’s religious fabric and is held to ransom by one community that feels woefully marginalized and underprivileged by apparently excessive rights given to another religious community. There are obvious lessons to be learned for those in the West who believe, as Charles Taylor does, that the time has come in the West when the old rigid concept of secularism is perched to give way to a more robust and open-ended conception of “secularity”. And so the hermeneutic circle is complete: secularism is born from the underbelly of modernity as the “disenchantment of the world” (Weber); the postsecular marks the birthing of the “disenchantment of secularity”.
Keywords: Secularism India, postcolonial, Hindu nationalism.
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