Obscuridade e Sofrimento como o Duplo Efeito da Contemplação Infusa – O Comentário de João da Cruz ao Verso Numa Noite Escura no Segundo Livro da Noite Escura/ Darkness and Suffering as the Double Effect of Infused Contemplation

Autores

  • Marcelo Martins Barreira Departamento de Filosofia/UFES

Palavras-chave:

Noite Escura, João da Cruz, obscuridade, sofrimento

Resumo

Resumo

Nosso objetivo neste artigo é o de apresentar o comentário de João da Cruz ao verso Numa noite escura. João da Cruz faz uma primeira abordagem da obscura noite de contemplação ao longo dos capítulos de 5 a 10. O início do cap. 5 enuncia os dois efeitos da contemplação infusa (2N 5, 1.3); a partir daí, os capítulos de 5 a 8 enfatizam a obscuridade e o sofrimento da alma, ou seja, a experiência e os elementos negativos da noite. Isso torna tais capítulos o coração da experiência e de todo o livro da Noite Escura. Em que pese o desinteresse de João da Cruz em escrever um tratado sistemático sobre a vida espiritual, os elementos de obscuridade e de sofrimento são tematizados como partes de um processo espiritual que apresenta seus traços fenomenológicos. Eis as grandes linhas de sua primeira aproximação da temática da “noite escura”: a raiz da obscuridade da contemplação está no tormento que engendra  nos adiantados na vida espiritual (caps. 5-6). Tal sofrimento se concretiza numa sensação de abandono afetivo e Desesperança (cap. 7). Devido à delicadeza da nova graça e ao estado de ânimo da alma, a alma fica então cega e inativa (cap. 8) para que, após as privações, venha a chegar à vida e à luz (cap. 9). Por último, tudo isso é ilustrado pela metáfora do fogo e do madeiro (cap. 10).

Palavras-chave: Noite Escura; João da Cruz; obscuridade; sofrimento.


Abstract

Our goal in this article is to present the John of the Cross’ comment on the verse On a dark night. John of the Cross does his first approach to the dark night of contemplation throughout the chapters 5 to 10. The beginning of the chapter 5 presents the two effects of the infused contemplation (2N5, 1.3). From that, chapters 5 to 8 emphasize the darkness and suffering of the soul, i.e., the experience and the negative elements of the night, which makes these chapters the heart of the experience throughout the book of the Dark Night. Despite the disinterest to write a systematic treatise about the spiritual life, the elements of darkness and suffering are thematized as part of a spiritual process which presents its phenomenological features. Here are the main lines of his first approach to the subject of “dark night”: the root of dark contemplation is the torment that engenders in the earliest stages of spiritual life (chapters 5-6). Such suffering happens in a sense of emotional abandonment and hopelessness ( chapter 7). Due to the delicacy and the new grace that change the mood of soul, the soul is now blind and inactive (chapter 8). It will be allowed, after those purgations, to get life and light (chapter 9). Finally, all this is illustrated by metaphors of fire and tree (chapter 10).

Keywords: Dark Night; John of the Cross; darkness; suffering

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Biografia do Autor

Marcelo Martins Barreira, Departamento de Filosofia/UFES

Possui bacharelado (1989) e licenciatura (1997) em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro; mestrado em Filosofia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (1997) e doutoramento, também em Filosofia, pela Universidade Estadual de Campinas (2004). Desde 2005 é Professor Adjunto da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), sendo membro permanente do Programa de Pós-Graduação em Filosofia (PPGFil). Ao longo de 2010 realizou em Berkeley, Califórnia/EUA, seu estágio pós-doutoral. O autor concentra sua pesquisa em Filosofia da Religião.

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Publicado

2012-05-30

Edição

Seção

Artigos