A construção de espaços de coexistência de diferenças via livros didáticos: análise semiótica de representações visuais com pessoas em livros de Ciências
DOI:
https://doi.org/10.34019/1981-4070.2025.v19.44768Palabras clave:
Linguagem visual, Alteridade, Livro didático, Representação visual, Semiótica peirceanaResumen
Este artigo, resultado de pesquisa sobre a alteridade em livros didáticos, analisa os modos de representação visual do outro — o diferente, o estranho — em obras de Ciências destinadas ao Ensino Fundamental II. O objetivo geral é compreender de que maneira tais livros podem contribuir para a construção de uma ambiência favorável à convivência com as diferenças. Como objetivos específicos, busca-se explicitar as modalidades de representações visuais presentes nas obras e inventariar os significados por elas mobilizados. Para isso, recorremos às reflexões de Bauman e Kristeva sobre alteridade e à classificação das formas visuais figurativas proposta por Santaella, empregada aqui como estratégia de análise. Para o âmbito deste artigo, tomamos as representações visuais de quatro coleções de Ciências, sorteadas entre 12 coleções que compõem a amostra estratificada de 23 coleções, constituída a partir de 68 recomendadas pelo Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD 2020). Entre os principais resultados, destaca-se a predominância das formas visuais figurativas como registro, o que conduz o intérprete à constatação do conteúdo capturado pelas imagens e, quanto às diferenças contempladas, prevalecem as representações com pessoas de pele preta. Conclui-se que a contribuição dos livros para a construção de espaços de coexistência reside, sobretudo, na visibilidade dada às diferenças — ainda sem maior aprofundamento em sua problematização.
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