As histórias reais da reportagem: modos de endereçamento e as estratégias do telejornal
DOI:
https://doi.org/10.34019/1981-4070.2021.v15.21556Palavras-chave:
Jornalismo de Televisão, Efeitos de Realidade, Modos de Endereçamento, Informalidade, Aproximação com a AudiênciaResumo
Este artigo propõe uma reflexão sobre as narrativas telejornalísticas e os modos contemporâneos de endereçamento (ELLSWORTH, 2001), orientados pela contínua busca de vinculação e aproximação às suas audiências, a partir da radicalização da oferta de sentidos de real. Com a finalidade de demarcar a autenticidade de seu dizer, o telejornalismo evidencia elementos voltados ao reforço dos sentidos de realidade (GOFFMAN, 2004) e de informalidade, focando na diminuição da distância entre emissor e receptor. Para observar esta dinâmica, analisa-se a reportagem especial Sertão do Nordeste tem desperdício de água em áreas assoladas pela seca, de Chico Regueira e Alberto Fernandes, levada ao ar em 20 de março de 2017, no matutino Bom Dia Brasil, da Rede Globo. Metodologicamente, foram observados padrões de recorrência da estética amadora para marcar a informalidade nas reportagens, a partir do modelo dos operadores proposto por Gomes (2007): 1) o mediador; 2) o contexto comunicativo; 3) o pacto sobre o papel do jornalismo; e a 4) organização temática. Observou-se, fruto do estudo que os novos modos de endereçamento são estratégia de sedução e de vinculação com as audiências, e que estes incorporam na autenticação da narrativa do telejornal, elementos próprios das linguagens digitais (GUTMANN, 2021).
Downloads
Referências
ELLSWORTH, E. Modos de Endereçamento: uma coisa de cinema; uma coisa de educação também. In: SILVA, T. T. (org.). Nunca fomos humanos – nos rastros do sujeito. Belo Horizonte: Autêntica, 2001, p. 10-75.
EMERIM, C.; CAVENAGHI, B. Linguagem e convergência: contribuições para o webjornalismo audiovisual. Revista Vozes & Diálogo, Itajaí, n. 2, p. 4-17 jul./dez. 2012. Disponível em: <https://siaiap32.univali.br/seer/index.php/vd/article/view/4324>. Acesso em: 4 jul. 2018.
GOFFMAN, E. A representação do eu na vida cotidiana. Petrópolis: Vozes, 2004.
GOMES, I. Questões de método na análise do telejornalismo: premissas, conceitos, operadores de análise. E-Compós, v. 18, n. 1, p. 111-130, jan./abr. 2007. DOI: <https://doi.org/10.30962/ec.126>.
GUTMANN, J. F. Audiovisual em Rede: derivas conceituais. Belo Horizonte: Selo PPGCOM UFMG, 2021.
HAGEN, S. A emoção como complemento à objetividade na imagem dos apresentadores de telejornal. Uma análise do processo de fidelização do telespectador. In: ENCONTRO ANUAL DA COMPÓS, 17., 2008, São Bernardo do Campo. Anais [...]. Campinas: Galoá, 2008. Disponível em: Disponível em: <https://proceedings.science/compos-2008/papers/a-emocao-como-complemento-a-objetividade-na-imagem-dos-apresentadores-de-telejornal--uma-analise-do-processo-de-fideliza>. Acesso em: 10 ago. 2021.
KARHAWI, I. Espetacularização do eu e #selfies: um ensaio sobre visibilidade midiática. In: COMUNICON, 2., 2015, São Paulo. Anais [...]. São Paulo: Comunicon, 2015. Disponível em: <http://anais-comunicon2015.espm.br/GTs/GT6/18_GT06_KARHAWI.pdf>. Acesso em: 4 jul. 2018.
LAGE, L. Testemunhos em close-up: o rosto do sofrimento na TV. In: ENCONTRO ANUAL DA COMPÓS, 24., 2015, Brasília. Anais [...]. Campinas: Galoá, 2015. Disponível em: <https://proceedings.science/compos-2015/papers/testemunhos-em-close-up--o-rosto-do-sofrimento-na-tv>. Acesso em: 10 ago. 2021.
MARTINS, M. Novos efeitos de real no jornalismo televisivo: reconfigurações estéticas e narrativas a partir da ubiquidade das máquinas de visibilidade. Covilhã: LabCom, 2017.
NEGRINI, M.; ROOS, R.; ROSSASI, C. WEBTVS: produção e apresentação telejornalística através de novas possibilidades. Advérbio (FAG), v. 11, p. 51-66, 2016. Disponível em: <http://www.adverbio.fag.edu.br/ojs3/index.php/ojs3/article/view/18>. Acesso em: 10 ago. 2021.
PICCININ, F.; MARTINS, M.; NEGRINI, M. Modos de endereçamento e as narrativas do real: o caso de reportagens no Bom Dia Brasil In: EMERIM, C.; COUTINHO, I.; FINGER, C. (orgs.). Epistemologias do telejornalismo brasileiro. Florianópolis: Insular, 2018, p. 339-359. v.7
SILVA, F. M. A conversação como estratégia de construção de programas jornalísticos televisivos. 2010. 294 f. Tese (Doutorado em Comunicação e Cultura Contemporânea) – Faculdade de Comunicação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2010. Disponível em: <http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/5121>. Acesso em: 4 jul. 2018.
SILVA, F. M. Dos telejornais aos programas esportivos: gêneros televisivos e modos de endereçamento. 2005. 207 f. Dissertação (Mestrado em Comunicação e Cultura Contemporânea) – Faculdade de Comunicação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2005. Disponível em: <http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/11300>. Acesso em: 6 jul. 2018.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).