As humanidades digitais e as novas formas de disseminação do conhecimento

Autores

  • Cicero Inacio da Silva Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)/Secretaria de Educação a Distância http://orcid.org/0000-0002-1767-4357
  • Jane de Almeida Universidade Mackenzie/Programa de Pós-graduação (mestrado e doutorado) em Educação, Arte e História da Cultura. http://orcid.org/0000-0003-1520-0729
  • Silvana Seabra Hooper Universidade Mackenzie/Programa de Pós-graduação (mestrado e doutorado) em Educação, Arte e História da Cultura e PUC Minas.

DOI:

https://doi.org/10.34019/1981-4070.2016.v10.21297

Palavras-chave:

Humanidades digitais, Conhecimento aberto, Acesso aberto, Moocs, comunicação digital

Resumo

Grupos educacionais formados por Harvard + MIT + Stanford estão cada vez mais tornando o conhecimento massivo e acessível a quem possui um aparelho que se conecte à Internet por meio de plataformas on-line como EdX e Coursera. A princípio esse modelo de negócio tem sido louvado por inúmeros pensadores ligados ao campo da educação, devido ao discurso relacionado à “democratização” do acesso. Contudo, é interessante observar que o conteúdo gerado nessas classes massivas on-line é também capitalizado pelas corporações que operam esses sistemas de ensino, formando uma espécie de repositório global de ideias na expansão de suas bases de conhecimento digitais. Como efeito imediato, o número de patentes depositadas por essas empresas
têm se expandido de maneira exponencial. Ao mesmo tempo no Brasil existem iniciativas que buscam, por meio das ferramentas on-line, não imediatamente capitalizar, mas “democratizar” a formação dos professores da rede básica de educação, como é o projeto da Universidade Aberta do Brasil, fomentada com recursos públicos. De que maneira podemos criar mecanismos que “equilibrem” a balança entre a democratização “que amplia os lucros” e a “que amplia o acesso” ao conhecimento? A hipótese desse artigo é a de que as humanidades digitais sejam um contraponto necessário à invasão da filosofia do Vale do Silício, via grandes universidades americanas, na formação educacional digital.

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Biografia do Autor

Cicero Inacio da Silva, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)/Secretaria de Educação a Distância

Cicero Inacio da Silva é pesquisador e professor na área de mídia digital e coordenador adjunto da Universidade Aberta do Brasil (UAB) na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Coordena o Laboratório de Estudos do Software e o  Walkingtools Lab, em parceria com a Universidade da Califórnia, San Diego (UCSD). É membro do Comitê do Programa Telessaúde Redes do Município de São Paulo. Foi pesquisador do Grupo de Trabalho de Aplicações Avançadas de Visualização Remota da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (wiki.rnp.br/display/vraa) da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). Foi visiting Scholar na Universidade da Califórnia, San Diego (entre 2006-2010/apoio CAPES), onde desenvolveu sua pesquisa de pós-doutorado sob orientação de Ted Nelson, inventor dos conceitos de Hipertexto e Hipermídia e Noah Wardrip-Fruin e na Brown University (2005/apoio CAPES), local aonde realizou parte de sua pesquisa de doutorado junto a pesquisadores como George Landow, Noah Wardrip-Fruin e Roberto Simanowski. Foi professor convidado no Center for Research in Computing and the Arts (CRCA) da Universidade da Califórnia, San Diego (UCSD) entre 2008 e 2010. Foi curador do Fórum da Cultura Digital Brasileira (Ministério da Cultura/RNP), menção honrosa na área de Comunidades Digitais do Prêmio Ars Electronica de 2010. Em 2011 realizou pesquisa de Pós-doutorado na UFRJ, sob orientação de Heloisa Buarque de Hollanda. Possui graduação em Psicologia, com mestrado e doutorado em Comunicação e Semiótica. É um dos organizadores do CineGrid Brasil.

Jane de Almeida, Universidade Mackenzie/Programa de Pós-graduação (mestrado e doutorado) em Educação, Arte e História da Cultura.

Jane de Almeida é professora e pesquisadora do programa de Mestrado e Doutorado em Educação, Arte e História da Cultura da Universidade Mackenzie e foi coordenadora de 2009 a 2011 e em 2014. É também professora do curso de graduação em Comunicação e Multimeios da PUC/SP. Foi professora convidada do Departamento de Artes Visuais na Universidade da Califórnia em San Diego (http://asucsd.ucsd.edu/gradeDistribution/view/id/4824 / UCSD) nos anos de 2006, 2007 e 2008. Publicou os livros Achados Chistosos (Educ/Fapesp), o livro-catálogo Ordenação e Vertigem: Arthur Bispo do Rosário (Org. 2 vols., CCBB), Grupo Dziga Vertov (Org. CCBB/MinC/witz) e Alexander Kluge: O quinto ato (CosacNaify), entre outros. Fez a primeira curadoria de filmes em formato 4k no Brasil no Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (FILE) de 2008 e organizou a primeira transmissão de filme de super-alta definição (4k) da América Latina para EUA (UCSD) e Japão (Keio University) em redes fotônicas no FILE de 2009 (FILE Transcontinental). É membro e organizadora do CineGrid Brasil workshop, com duas edições realizadas no Brasil (2011 e 2014). Atualmente coordena o Grupo de Trabalho Sensemaking da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) - https://www.rnp.br//noticias/rnp-anuncia-grupos-trabalho-selecionados-ciclo-2015-2016 Jane de Almeida possui graduação em Psicologia pela PUC/MG (1990), mestrado em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP (apoio CNPq 130927/1993-7, 1995), doutorado em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP (estágio no Boston College/EUA com apoio CAPES 1653-98-9, 2000). Fez pós-doutorado em História da Arte na Harvard University com apoio CAPES (2232-04-9). Foi curadora da exposição Ordenação e Vertigem (Centro Cultural Banco do Brasil/2003) e das mostras de cinema Metacinemas (2004), Grupo Dziga Vertov (2005) e Alexander Kluge: o quinto ato (2007), entre outras. Em 2016 fez a curadoria da exposição: Harun Farocki: Programando o Visível no Paço das Artes. Pesquisa cinemas contemporâneos e arte, as novas tecnologias computadorizadas para cinema e cinema científico. 

Silvana Seabra Hooper, Universidade Mackenzie/Programa de Pós-graduação (mestrado e doutorado) em Educação, Arte e História da Cultura e PUC Minas.

Possui graduação em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (1988), mestrado em Sociologia da Cultura pela Universidade Federal de Minas Gerais (1994) e doutorado em Literatura Comparada/Estudos Literários - UFMG - FALE. Atualmente é professora adjunta na Universidade Mackenzie de São Paulo, no Programa de Pós graduação em Educação Artes e História da Cultura. Foi professora nas Universidades Harvard e Vanderbilt (EUA). Atua nas áreas teóricas de Pensamento Social Brasileiro, História das Ideias, História da Cultura, Historiografia, e representações sociais. Tematicamente trabalha com cultura, cultura brasileira, nação, cidade, representações na literatura, cinema e arte.

Referências

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Publicado

2016-08-31

Como Citar

DA SILVA, C. I.; DE ALMEIDA, J.; HOOPER, S. S. As humanidades digitais e as novas formas de disseminação do conhecimento. Lumina, [S. l.], v. 10, n. 2, 2016. DOI: 10.34019/1981-4070.2016.v10.21297. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/lumina/article/view/21297. Acesso em: 25 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos