Publicado 2020-09-10 — Atualizado em 2021-04-30
Versões
- 2021-04-30 (2)
- 2020-09-10 (1)
Palavras-chave
- Ditadura,
- Propaganda,
- Desenvolvimento,
- Saúde
Como Citar
Copyright (c) 2020 Keila Auxiliadora Carvalho
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Resumo
O presente artigo tem como objetivo analisar a relação entre propaganda e saúde nos “anos de chumbo”, especificamente no ano de 1972 quando a ditadura encenava o ápice da repressão política no Brasil, sob o governo do general Emílio Garrastazu Médici. O foco da análise serão os três primeiros filmetes da campanha “Povo desenvolvido é povo limpo”, criada pelo publicitário Ruy Perotti Barbosa da Linxfilm e lançada pela Assessoria Especial de Relações Públicas (AERP). A partir desses filmes será possível fazer reflexões sobre as relações entre ditadura e o campo da saúde, sobretudo, os aspectos de continuidade de certa concepção individualizante, que considera o sujeito como responsável pelo seu próprio bem estar. Com tal concepção, a AERP empreendeu uma campanha de higiene que, de modo mais amplo, funcionou
como propaganda de divulgação do projeto modernizador da ditadura civil-militar, pois, suprimiu a palavra saúde e atrelou os princípios de higiene à noção de desenvolvimento.
Downloads
Referências
- Aarão Reis, Daniel. “A revolução e o socialismo em Cuba: ditadura revolucionária e construção do consenso”. In: Rollemberg, Denise e Quadrat, Samantha Viz. (orgs.). A construção social dos regimes autoritários. Legitimidade, consenso e consentimento no Século XX. v. 2: Brasil e América Latina. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.
- Arikawa, Monalisa. “A evolução da animação”. In: Observatório da Imprensa. Ed. 746, 14 de maio de 2013. Link: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/diretorio-academico/_ed746_a_evolucao_da_animacao/, acesso realizado em 09/04/2020.
- Castro Netto, David Antônio de. Propaganda e legitimação na ditadura militar brasileira (1968-1977). Curitiba: Prismas, 2016.
- Cordeiro, Janaína Martins. A direita em tempos de milagre: comemorações, orgulho e consentimento. Rio de Janeiro: FGV, 2015.
- De Certeau, Michel. A invenção do cotidiano: artes de fazer. Petrópolis: Vozes, 1994.
- Fico, Carlos. Reinventando o otimismo. Ditadura, propaganda e imaginário social no Brasil. Rio de Janeiro: FGV, 1997.
- Gilman, Nils. Mandarins of the future - Modernization theory in Cold War America. Baltimore and London: Johns Hopkins University Press, 2003.
- Hamburguer, Éster. “Diluindo fronteiras: a televisão e as novelas no cotidiano”. In: Schwarcz, Lilia Moritz (Org.). História da Vida Privada no Brasil. Vol 4. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
- Hochman, Gilberto. A era do saneamento: as bases da política de saúde pública no Brasil. São Paulo: Hucitec/Anpocs, 1998.
- Klein, Herbert S. & Luna, Francisco Vidal. “População e Sociedade”. In: Schwarcz, Lilia Moritz. (coord.). História do Brasil Nação-1808-2010. Volume 5. São Paulo: Objetiva, 2014.
- Klein, Herbert S. & Luna, Francisco Vidal (b). “Mudanças Sociais no Período Militar (1964-1985)”. In: Aarão Reis, Daniel.; Ridenti, Marcelo; Sá Motta, Rodrigo P. A Ditadura que mudou o Brasil: 50 anos do golpe de 1964. Rio de Janeiro: Zahar, 2014.
- Napolitano, Marcos. “Fontes Audiovisuais: A história depois do papel”. In: Pinsky, Carla Bessanezi (org.). Fontes Históricas. São Paulo: Contexto, 2015.
- Rollemberg, Denise e Quadrat, Samantha Viz. (orgs.). A construção social dos regimes autoritários. Legitimidade, consenso e consentimento no Século XX. V. 2: Brasil e América Latina. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.
- Sá Motta, Rodrigo Patto. As Universidades e o Regime Militar. Rio de Janeiro: Zahar, 2014.
- Singer, Paul. “O Processo Econômico”. In: In: Aarão Reis, Daniel.; Ridenti, Marcelo; Sá Motta, Rodrigo P. A Ditadura que mudou o Brasil: 50 anos do golpe de 1964. Rio de Janeiro: Zahar, 2014.