Taxa de cesariana nas primigestas atendidas numa maternidade pública com assistência humanizada no município de Juiz de Fora – MG

Autores

  • Vívian Campos Damasceno Hospital da Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte, Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, Belo Horizonte, MG.
  • Leonardo Pandolfi Caliman Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais, Hospital Regional João Penido, Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, Juiz de Fora, MG.
  • Nathália Cristina Mezzonato Machado Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais, Hospital Regional João Penido, Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, Juiz de Fora, MG.
  • Ana Beatriz Clemente Gonçalves Universidade Presidente Antônio Carlos, Faculdade de Medicina de Juiz de Fora, Juiz de Fora, MG.
  • Leonardo César Mendes de Miranda Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora, Departamento de Anestesiologia, Juiz de Fora, MG.

DOI:

https://doi.org/10.34019/1982-8047.2017.v43.2708

Palavras-chave:

Primigestas. Parto operatório. Parto vaginal. Humanização.

Resumo

Nos últimos tempos, o Brasil tem vivenciado uma mudança de paradigma na forma de nascer. A elevada taxa de cesarianas tem demonstrado a banalização desse procedimento. Na tentativa de mudar essa realidade, o Ministério da Saúde instituiu em todo o território brasileiro o Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento. Com o objetivo de verificar a frequência de parto cesáreo e as principais indicações de parto operatório no momento da internação nas primigestas atendidas na Maternidade Viva Vida de Juiz de Fora – MG, foi realizado um estudo retrospectivo, baseado na análise do prontuário das primigestas internadas para parto na maternidade supracitada, durante o período de janeiro de 2013 a dezembro de 2014, obtendo um total de 811 primigestas. Foram investigados o perfil epidemiológico, risco pré-natal, motivo de internação, tipo de parto e as principais indicações de parto operatório no momento da internação. O parto cesáreo ocorreu em 40,0% das primigestas e os principais motivos que levaram à indicação de parto operatório no momento da internação foram as distócias (37,8%) e os distúrbios hipertensivos maternos (35,0%). O presente estudo concluiu que a taxa de cesariana encontrada foi semelhante à média da rede pública brasileira. Entretanto, cabe ressaltar que grande parte das indicações de parto operatório no momento da internação permeiam as indicações relativas e absolutas preconizadas pelo Ministério da Saúde.

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Biografia do Autor

Vívian Campos Damasceno, Hospital da Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte, Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, Belo Horizonte, MG.

Graduada em Medicina pela Universidade Presidente Antônio Carlos, FAME - Juiz de Fora, M.G. Graduada em Fisioterapia pela Universidade Federal de Juiz de Fora, UFJF - Juiz de Fora, M.G. Presidente da Liga de Fisiologia Medica da UNIPAC - FAME de agosto de 2013 a agosto de 2014.Residente em Ginecologia e Obstetrícia pela Santa Casa de Misericórida de Belo Horizonte

Leonardo Pandolfi Caliman, Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais, Hospital Regional João Penido, Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, Juiz de Fora, MG.

Graduado em MEDICINA pela Escola de Ciências Superiores da Santa Casa de Misericórdia de Vitória - EMESCAM (2005). Residência médica em Obstetricia e Ginecologia pelo Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (2006 - 2008). Aperfeiçoamento em Oncoginecologia pelo Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (2009). Título de especialista em Obstetrícia e Ginecologia pela FEBRASGO (2009). Título de Especialista em Endoscopia Ginecológica pela FEBRASGO (2012). Mestrado em Ginecologia pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (2009-2011). Pós-graduando em Endoscopia Ginecológica pelo Instituto Crispi/Suprema (2015-2016). Coordenador da Maternidade Viva Vida do Hospital Regional João Penido - FHEMIG . Coordenador da Residência Médica de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Regional João Penido - FHEMIG (2012-2015). Professor da disciplina de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina Suprema. Ênfase em cirurgia pélvica feminina, atuando via vaginal, laparotômica e laparoscopica.

Nathália Cristina Mezzonato Machado, Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais, Hospital Regional João Penido, Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, Juiz de Fora, MG.

Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2004), residência médica em Ginecologia e Obstetrícia - Gestação de Alto Risco (Maternidade Odete Valadares - FHEMIG- 2005-2006),residência médica em Endoscopia Ginecológica- Hospital das Clínicas UFMG- 2007), título de especialista em Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO-AMB-CRMMG-2007) . Atualmente, é médica ginecologista e obstetra concursada da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Maternidade Viva Vida -FHEMIG). É professora da Graduação do curso de Medicina da Universidade Presidente Antônio Carlos - Juiz de Fora - UNIPAC. Tem experiência na área de Ginecologia e Obstetrícia, com ênfase em Saúde Materno-infantil e Gestação de Alto Risco e Endoscopia Ginecológica.

Ana Beatriz Clemente Gonçalves, Universidade Presidente Antônio Carlos, Faculdade de Medicina de Juiz de Fora, Juiz de Fora, MG.

Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina de Juiz de Fora (FAME-JF). Integra o projeto de extensão Coraçõezinhos de Baependi vinculado ao Instituto do Coração (Incor), Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Atuou na 1ª Liga Unificada de Transplantes de Órgãos de Minas Gerais (LAUTO-MG) onde auxiliou como acadêmica, em transplantes renais e ambulatório de Nefrologia na Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora. Realizou estágio eletivo na Disciplina de Nefrologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)/Escola Paulista de Medicina e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de Juiz de Fora (SAMU-JF). Atualmente participa do curso Innovating in Health Care da prof. Regina Herzlinger pela Harvard University.

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Publicado

2018-07-24

Como Citar

1.
Damasceno VC, Caliman LP, Mezzonato Machado NC, Gonçalves ABC, Mendes de Miranda LC. Taxa de cesariana nas primigestas atendidas numa maternidade pública com assistência humanizada no município de Juiz de Fora – MG. HU Rev [Internet]. 24º de julho de 2018 [citado 28º de março de 2024];43(2):121-6. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/hurevista/article/view/2708

Edição

Seção

Artigos Originais