CIRCULAÇÃO ÁRABE DO MEDIEVO

PARA UMA GEOGRAFICIDADE DECOLONIAL

Autores

  • Jahan Natanael Domingos Lopes UNICAMP

DOI:

https://doi.org/10.34019/2236-837X.2021.v11.34443

Resumo

Na perspectiva decolonial, teceu-se um estudo acerca da circulação árabe do medievo, fundamentando-se pelo conceito dardeliano de geograficidade, o modo de ser geográfico. Configura-se, nisso, um Espaço árabe para situar a dinâmica de circulação, caracteriza-se, pois, por possuir fluxos de grandes riquezas, pelo circuito do ouro sudanês, e de conhecimentos, pelo circuito de trocas técnicas como a arte papeleira, importada dos chineses, tornando possível a produção literária, abrindo a sabedoria em uma difusão tanto espacialmente como temporalmente. Ainda, em sua grande extensão territorial, marca-se pela língua comum, o árabe, e a hegemônica da religião, muçulmana. Nesse horizonte, tem-se situada, a circulação humana, em duas aberturas: a primeira, enquanto formativo-educacional e a segunda, enquanto articulador social. No primeiro ponto, levantou-se a questão da práxis na educação, pois muitos viajantes acompanhavam seus mestres por longos períodos até estarem aptos a serem educadores, o que resultava em uma concentração de certificados de vários mestres em uma jurisdição educacional muito peculiar. O segundo ponto refere-se às questões sociais: primeiro, entende-se que havia benefícios intelectuais – na viagem pelo conhecimento: rihla – e de vivência da fé – pelas viagens religiosas: hijra, hajj e ziyarat – aos viajantes e, inclusive, às famílias que, por toda espacialidade árabe, recebiam fraternamente esses viajantes assentando o reconhecimento de sua simpatia; segundo, havia desafios nas viagens como: guerras, falta de saneamento, carência de água, feras... a rispidez dos citadinos, pela imoralidade, soberba, luxúria... assim, pois, na completude da circulação econômica, epistêmica e humana se dava tanto benesses quanto desventuras. Com base nisso, prospectou-se um trabalho aberto a uma perspectiva da geograficidade decolonial, a fim de se construir um mundo diverso, em uma complexidade própria e autônoma.

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Publicado

2021-07-16