OS DIREITOS DECORRENTES DA TERRITORIALIZAÇÃO DOS SABERES TRACIONAIS NA MELHORIA DO MILHO CRIOULO
DOI:
https://doi.org/10.34019/2236-837X.2020.v10.18094Abstract
Este ensaio apresenta alguns aspectos da tese de doutorado em geografia: “Território do milho crioulo: a propriedade intelectual coletiva e o melhoramento genético como estratégia de reprodução social”, apresentada no Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFSM/RS. A pesquisa de campo foi realizada através de entrevistas gravadas com 12 agricultores, dos territórios do milho crioulo, no Estado de Santa Catarina, onde eles realizam melhoria no milho crioulo. Também foram entrevistados sete técnicos ligados ao melhoramento. O objetivo é demonstrar que os agricultores, com a territorialização de saberes e práticas tradicionais melhoram geneticamente o milho crioulo. Portanto, são pesquisadores e detentores de direitos intelectuais sobre essa melhoria. O reconhecimento desse direito precisa ter características coletivas. Constata-se que a legislação brasileira não contempla esses direitos diferenciados e coletivos, priorizando a proteção das variedades híbridas e transgênicas. Portanto, é preciso construir uma legislação capaz de garantir o “direito de proteção por atividade intelectual coletiva”, nos moldes da proteção do software livre, que possibilita o acesso ao código fonte, permitindo a sua adequação às necessidades do usuário. No caso do milho, deve ser permitida a continuidade das modificações genéticas, de acordo com o interesse de cada agricultor.