Política linguística voltada para surdos no Brasil
reflexões sobre os domínios familiar e escolar
DOI:
https://doi.org/10.34019/1808-9461.2020.v18.27635Palavras-chave:
Política Linguística, Surdos, Domínio Familiar, Domínio Escolar, Educação BilíngueResumo
Este trabalho objetiva verificar como os domínios familiar e escolar aparecem em políticas linguísticas que visam à inclusão de surdos na sociedade. Para isso, por meio de análise do referencial teórico e documental selecionado e à luz das perguntas de pesquisa 1) O que são políticas linguísticas e como elas se desenvolveram ao longo dos anos até a contemporaneidade? 2) Como o domínio familiar é contemplado nas políticas linguísticas voltadas para os surdos? 3) Qual o caráter discursivo e prático das políticas linguísticas voltadas à educação bilíngue de surdos?, procuramos conceituar as políticas enquanto gerenciamento linguístico, aplicando tal concepção às medidas estabelecidas para a manutenção e preservação da língua de sinais e para o reconhecimento da pessoa surda. Além disso, buscamos apresentar um olhar mais detalhado para dois aspectos que devem ser contemplados nestes postulados: a consideração da família e da educação como domínios-chave para o sucesso na (re)formulação e implementação dessas políticas na sociedade, pensando a aplicação deste aporte teórico e documental ao contexto brasileiro. Como resultado da análise bibliográfica, entendemos que as políticas linguísticas, para serem efetivas, precisam ser indissociáveis do reconhecimento dos direitos da pessoa surda à língua, à identidade e à cultura, único fator que pode possibilitar mais esforços práticos no sentido de, tanto no âmbito familiar quanto no escolar, garantir aos indivíduos surdos uma vida digna e um sentimento de pertencimento à sociedade brasileira.