A influência do estereótipo de gênero na interpretação de orações relativas ambíguas
Palabras clave:
Psicolinguística. Estereótipo de Gênero. Oração Relativa Ambígua. Aposição Não Local.Resumen
Este trabalho investigou a influência do estereótipo de gênero na interpretação de orações relativas ambíguas. Vários estudos, como o de Pereira (2008), tem mostrado que a preferência de interpretação das relativas em medidas offline tem sido pelo SN1, ou seja, aposição não local, no entanto, sempre se estudou contextos e ações neutras ou não estereotipadas em termos de gênero. Por isso, neste trabalho, procurou-se observar se a alternância do gênero dos SNs que compõem o SN complexo antecedente à oração relativa, assim como as ações estereotipadas em termos de gênero (masculino, feminino e neutro) contidas nessa mesma oração, influenciariam as escolhas para desambiguizar a interpretação das frases ao final da leitura. Além disso, observou-se se homens e mulheres interpretariam de forma distinta essas orações relativas. Como aporte teórico utilizamos a teoria do Garden – path (TGP), também conhecida como Teoria do Labirinto e seus desdobramentos, principalmente observando a atuação ou não do Princípio da Aposição Local. No tocante a metodologia, o experimento constitui-se da aplicação de um questionário, via formulário eletrônico, em que 18 conjuntos de orações relativas ambíguas, apostas a um SN complexo (ora com SN1 masculino e o SN2 feminino, ora com SN1 feminino e o SN2 masculino), acrescidas de ações estereotipadas em termos de gênero (Masculino, Feminino e Neutro) foram lidas por 18 participantes (9 do sexo masculino e 9 do sexo feminino). Ao final da leitura, cada participante tinha de escolher se a ação ou atividade estereotipada expressa na relativa fazia referência ao SN1 ou ao SN2. Como a técnica utilizada no experimento, para a aferição das respostas, foi offline, obteve-se informações a respeito da interpretação das frases, ou enunciados, quando o processamento já havia sido finalizado. Como resultado geral verificou-se que claramente a aposição não local, como evidenciado por Pereira (2008), foi preferida independente da relação de gênero e das ações estereotipadas, no entanto, a influência do estereótipo de gênero e do sexo do participante parecem influenciar as decisões, trazendo algumas diferenças significativas.