Estudos linguísticos e argumentação: o uso do repertório sociocultural a favor da construção de argumentos na redação ENEM

Resumen

Trabalhar a construção do ponto de vista dos alunos no texto dissertativo-argumentativo é a intenção inicial dos professores que preparam os estudantes para argumentarem na prova de redação do ENEM, a partir da lógica, do uso de conhecimentos prévios, que constituem a bagagem de repertório sociocultural dos indivíduos, bem como da utilização de estratégias textuais que demonstram a tessitura de uma argumentação consistente e produtiva acerca de temáticas que contemplam as diversas mazelas da sociedade. Argumentar envolve, portanto, a demonstração de ideias, por meio de razões e provas relevantes que convençam o leitor sobre o ponto de vista defendido, o que requer um planejamento estratégico, o conhecimento sobre o tipo textual e o uso de repertórios legítimos, pertinentes e relevantes a favor da construção de uma argumentação fundamentada, requisitos solicitados pelas competências II e III do exame nacional. Nesse contexto, o objetivo deste artigo é analisar os fatores que impedem os estudantes de realizarem no texto uma argumentação efetiva, relevante e suficiente para a adesão de um ponto de vista no ENEM. Para a construção dessa discussão, fundamentamo-nos em Bakhtin (1992 e 2000), Charaudeau (2016), Garcia (2006), Koch (2016), Mata (2016), Sacrini (2016), entre outros. A metodologia utilizada segue uma perspectiva descritiva e analítico-interpretativa. A partir das reflexões explicitadas neste trabalho, destaca-se a imprescindibilidade de elaborar argumentos desenvolvidos por meio de estratégias textuais específicas, atreladas a repertórios socioculturais, os quais poderão garantir o convencimento do leitor mediante marcas de autoria em defesa de um posicionamento do aluno-autor.