Alisamento compulsório do cabelo crespo

Impactos do racismo na subjetividade negra

Autores

Palavras-chave:

Alisamento compulsório, racismo, subjetividade, cabelo crespo, marchas de orgulho/empoderamento crespo

Resumo

O presente artigo se dedica à compreensão do alisamento compulsório de cabelos crespos em pessoas negras e os impactos do racismo na subjetividade negra no Brasil. Entendemos o alisamento compulsório como estratégia do racismo para controlar e inferiorizar corporeidades afrodiaspóricas. Assim, buscamos analisar os múltiplos efeitos desse processo de embranquecimento na autoestima. Trata-se de um estudo no campo das relações étnico-raciais entrelaçando saberes da Psicologia, História, Sociologia, Antropologia e Filosofia. A metodologia utilizada neste artigo envolveu os seguintes procedimentos: 1) pesquisa de observação participante realizada em marchas de empoderamento e orgulho crespo em nove capitais entre os anos de 2013 a 2019; e 2) minhas próprias escrevivências com meus cabelos crespos. Por fim, apresentamos a importância dos movimentos sociais de valorização da estética dos cabelos crespos como resistência ao racismo.

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Biografia do Autor

Maylla Monnik Rodrigues de Sousa Chaveiro, Universidade Federal do Triângulo Mineiro

Maylla Monnik Rodrigues de Sousa Chaveiro é doutora pelo Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mestra pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Graduada em Psicologia pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Psicóloga Clínica e Supervisora. E-mail: maylla.chaveiro@gmail.com

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Publicado

2024-07-31

Como Citar

(1)
Rodrigues de Sousa Chaveiro, M. M. Alisamento compulsório Do Cabelo Crespo: Impactos Do Racismo Na Subjetividade Negra. FDC 2024, 10, 2-20.