Deus e o Diabo em Bacurau

Sertão como espaço de resistência e diálogo entre passado e presente em Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964) e Bacurau (2019)

Autores

  • Carlos Cesar de Lima Veras Doutorando em História Comparada no Programa de Pós-Graduação em História Comparada da UFRJ

DOI:

https://doi.org/10.34019/2359-4489.2020.v6.32336

Palavras-chave:

cinema, Glauber Rocha, Bacurau

Resumo

Este artigo tem por objetivo realizar uma análise acerca dos usos da história em duas produções cinematográficas brasileiras: Deus e o Diabo na Terra do Sol, filme de 1964 dirigido por Glauber Rocha, e Bacurau, filme de 2019 dirigido por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles. Se no primeiro filme a percepção histórica é valorizada como recurso para uma eventual transformação do presente, no segundo a importância da história urge como recurso de defesa. Em ambos os casos, o passado exerce papel crucial nas narrativas e o conceito de experiência em Walter Benjamin nos auxilia para compreendermos tal dinâmica. Portanto, serão analisadas as dimensões nas quais elementos históricos são apresentados nos filmes, compreendendo sua funcionalidade como instrumento de luta/resistência nas representações de sertão e crises dos seus contextos de produção.

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Publicado

2020-12-15

Como Citar

(1)
Cesar de Lima Veras, C. Deus E O Diabo Em Bacurau: Sertão Como espaço De Resistência E diálogo Entre Passado E Presente Em Deus E O Diabo Na Terra Do Sol (1964) E Bacurau (2019). FDC 2020, 6, 57-74.