Idas e vindas do navio negreiro Brookes
Arte como ação política estética na apropriação de um ícone do abolicionismo britânico
DOI:
https://doi.org/10.34019/2359-4489.2021.v7.32176Palavras-chave:
Brookes, Abolicionismo, Arte ContemporâneaResumo
Trazida a público pela primeira vez em 1787, pelo fundador e maior entusiasta do movimento abolicionista britânico Thomas Clarkson, o diagrama do navio negreiro Brookes se tornou emblemático para as lutas abolicionistas no século seguinte por revelar as condições desumanas em que os escravizados eram submetidos nos navios negreiros. Ao mostrar como eram organizados, de maneira a levar o máximo deles ocupando o menor espaço possível, Clarkson expôs a violência racional e radical do comércio de almas. A imagem do navio foi reproduzida diversas vezes em contextos diferentes, em especial nas artes plásticas. Neste artigo analisaremos as obras de Romuald Hazoumé e Rosana Paulino, questionando como as apropriações artísticas são capazes de propor uma revisão crítica da imagem do navio Brookes e das contradições do discurso abolicionista, radicalizando e reatualizando as lutas contra o racismo e outras formas de dominação, exploração e violência racial no tempo presente.
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