Impactos da racionalidade técnica na educação em tempos de negacionismo
um retrocesso da resolução CNE/CP n. 2/2019
DOI:
https://doi.org/10.34019/2359-4489.2023.v9.40272Palavras-chave:
Racionalidade Técnica, Formação Inicial Docente, Reformas Educacionais, Educação, CurrículoResumo
Este estudo objetivou em problematizar questões relativas as reformas educacionais no ensino superior do país, destacando os impactos causados pela racionalidade técnica na educação em tempos de negacionismo perante a Resolução CNE/CP n. 2/2019 – Diretrizes Curriculares Nacionais para Formação de Professores. Como percurso metodológico, buscou-se sob a análise documental comparativa e bibliográfica a fim de compreender os impactos causados pela racionalidade técnica descrevendo as principais diferenças das Resoluções CNE/CP n. 2/2015 e CNE/CP n. 2/2019 visando uma discussão crítica sobre os desgastes causados pelas decisões neoliberais. Como resultados, observa-se grandes impactos que a racionalidade técnica consegue provocar na formação inicial docente, desde um pensamento inicial sobre a instrumentalização dos conteúdos, perpassando pela padronização do currículo sob a perspectiva da racionalidade das competências, até chegar na mercantilização do ensino, compreendendo que o 'saber fazer' constituído pelas competências que a Resolução CNE/CP n.2/2019 configura, atinge diretamente a aprendizagem dos futuros professores nos cursos de licenciatura.
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