Uma diva para as Damas

notas sobre performance política de Gloria Estefan com as Damas de Blanco

Autores

DOI:

https://doi.org/10.34019/2359-4489.2023.v9.40100

Palavras-chave:

Gloria Estefan, Anticastrismo, Performance Política

Resumo

Conhecida globalmente por seu anticastrismo e uma carreira pautada na produção de representações sobre Cuba e a América Latina, Gloria Estefan foi uma das principais interlocutoras das Damas de Blanco. O movimento feminino dissidente cubano foi apoiado pela cantora, que atuou como articuladora de marchas e “porta-voz” nos EUA das Damas. O presente trabalho, de caráter ensaístico e panorâmico, analisa as articulações entre Gloria Estefan e as Damas de Blanco, entre 2010 e 2013, em torno da ideia de uma “performance política”. Inserido no campo da História do Tempo Presente e dos Estudos sobre Performance, o artigo analisa a articulação entre a artista e o movimento através da cobertura midiática, de forma a perceber que tal processo mobilizou uma retórica relacional anticastrista que manipulava signos e narrativas sobre o passado buscando legitimar o movimento.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Igor Lemos Moreira, Universidade do Estado de Santa Catarina

Doutorando em História pelo programa de Pós-Graduação em História da Universidade do Estado de Santa Catarina (PPGH-UDESC), na linha de pesquisa Linguagens e Identificações. Atualmente é Visiting Scholar na University of Miami (Florida/EUA). Mestre e Graduado em História (Licenciatura) pela mesma instituição. Bolsista CAPES-DS, integrante do Laboratório de Imagem e Som (LIS/UDESC), do Núcleo de Estudos de Exílio e Migração da Universidade Federal de Minas Gerais (NEEM-UFMG), da Rede de Pesquisadores da História de Cuba e da Equipe de Apoio Editorial da Revista Tempo e Argumento. Associado a ANPUH, ANPHLAC, LASA e IASPM-AL. Tem experiência na área de História, com ênfase em História das Américas, Teoria da História, História Contemporânea. Atua principalmente nos seguintes temas: Relações e trânsitos entre Estados Unidos e Caribe; Biografias e Trajetórias Artísticas; Exílios; Representações; História de Cuba e identidades cubanas: Música Pop; Música Latino-americana; Audiovisual e Canção; História Pública e História do Tempo Presente.

Referências

ARFUCH, Leonor. O espaço biográfico: dilemas da subjetividade contemporânea. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2010.

ARAUJO, Rafael. A história do tempo presente na América Latina e no Brasil: Recortes cronológicos e possíveis periodizações. In: ELÍBIO, Antonio; SCHURSTER, Karl; PINHEIRO, Rafael. (Orgs.) Tempo Presente: uma história em debate. Recife: Autografia, 2019

BARBOSA, Marialva. Como construir uma história da imprensa. In: II Encontro da Rede Alfredo de Carvalho, 2004, Florianópolis. Florianópolis: UFSC, 2004.

BLOCH, Vincent. Reflexões sobre a dissidência cubana. Revista Eletrônica da ANPHLAC, n. 8, 28p, 2009. p.16.

BUSTAMANTE, Michael. Cuban Memory Wars: Retrospective Politics in Revolution and Exile. Chapell Hill: University of North Caroline Press, 2021.

___________.; LAMBE, Jennifer. The Revolution from Within (Cuba, 1959–1980). Carolina do Norte: Duke University Press, 2019.

BUTLER, Judith. Corpos em aliança e a política das ruas: notas para uma teoria performativa da assembleia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018.

CHOMSKY, Aviva. História da revolução cubana. São Paulo: Veneta, 2015.

DIDI-HUBERMAN, Georges. Diante do tempo: história da arte e anacronismo das imagens. 1. ed. Belo Horizonte: Ed. da UFMG, 2015.

DOSSE, François. História do Tempo Presente e Historiografia. Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 4, n. 1, p. 05 - 22, 2012.

EAKIN, Paul John. Vivendo autobiograficamente: a construção de nossa identidade narrativa. São Paulo: Letra e Voz, 2019.

GARCIA, Maria Cristina. Havana USA: Cuban Exiles & Cuban Americans in South Florida, 1959–1994. Berkeley: University of California Press, 1996.

GUERRA, Lillian. The Myth of José Martí: Conflicting Nationalisms in Early Twentieth-Century Cuba. Chapell Hill: The University of North Carolina Press, 2006.

LEYVA, Luvel. O corpo cubano e suas performances do queloide na ilha do espetáculo. Sala Preta, 14(1), p. 67-75.

MARKLE, Gail. The Emergence, Persistence, and Success of the Cuban Social Movement Las Damas de Blanco. Journal of Global Initiatives. 15.1, 2020.

MOREIRA, Igor Lemos. A participação de artistas latinos no caso Elián González. Revista Latino-Americana de História, v. 11, p. 232-251, 2022

RANCIÈRE, Jacques. O trabalho das imagens: Conversações com Andrea Soto Calderón. Belo Horizonte: Chão de Feira, 2021.

________. Figuras da história. São Paulo: Editora Unesp, 2018.

________. Os nomes da história. São Paulo: Editora Unesp, 2014.

ROUSSO, Henry. A Última catástrofe: a história, o presente, o contemporâneo. Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas, 2016.

SAID, Edward. Reflexões sobre o exílio e outros ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

ROJAS, Rafael. Tumbas Sin Sosiego: Revolucion, Disidencia y Exilio del Intelectual Cubano. Barcelona: Anagrama, 2006.

SZNAJDER, Mario; RONIGER, Luis. The Politics of Exile in Latin America. Cambridge: Cambridge University Press, 2009.

TAYLOR, Diana. O arquivo e o repertório: performance e memória cultural nas Américas. Belo Horizonte: Ed. da UFMG, 2013

______. ¡Presente! The Politics of Presence. Durham: Duke University Press, 2020.

TORRES, María de Los Angeles. In the land of mirrors: Cuban exile politics in the United States. Ann Harbor: University of Michigan Press, 2001.

VOLO, Lorraine Bayard de Volo. Heroines With Friends in High Places: Cuba’s Damas de Blanco, NACLA Report on the Americas, 44:5, 19-22, 2011.

Downloads

Publicado

2023-07-22

Como Citar

(1)
Lemos Moreira, I. Uma Diva Para As Damas: Notas Sobre Performance política De Gloria Estefan Com As Damas De Blanco. FDC 2023, 9, 370-392.