A redentora e o ex-escravizado
memória coletiva, representações dos negros e a construção da imagem da princesa Isabel.
DOI:
https://doi.org/10.34019/2359-4489.2022.v8.36681Palavras-chave:
memória; representação; Princesa Isabel; história pública; Juiz de Fora.Resumo
O presente artigo se constitui através da análise de duas obras – sendo um busto e uma escultura, respectivamente: Busto à Princesa Isabel, produzida pelo escultor Humberto Cozzo e Ex-escravo louvando aos céus pela sua libertação, de Adauto Venturi. Sendo localizadas na cidade de Juiz de Fora, a primeira instalada no jardim do Museu Mariano Procópio e a segunda, em uma área urbana em frente ao Parque da Lajinha. Ambas trazem um elemento comum: a representação sobre pessoas negras escravizadas na região de Juiz de Fora no momento da abolição, construindo narrativas diferentes sobre o mesmo fato. Logo, a partir da análise destes monumentos, buscaremos compreender de que maneiras a imagem da princesa foi construída historicamente enquanto "redentora'' - e que reflexos acaba deixando no tempo presente na formação da memória pública da cidade. Não obstante, pretendemos também refletir sobre a representação de pessoas negras em uma cidade que concentra disputas de memórias sobre a participação de grupos étnicos na construção de si, no passado.
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