Waldemar Cordeiro e Wesley Duke Lee

Arte, temporalidade e (anti)modernidade em São Paulo (1950 -1964)

Autores

  • Reginaldo Sousa Chaves Universidade Estadual do Piauí (UESPI)

DOI:

https://doi.org/10.34019/2359-4489.2021.v7.31686

Palavras-chave:

Waldemar Cordeiro, Wesley Duke Lee, temporalidade

Resumo

O

presente artigo busca discutir as linguagens artísticas de Waldemar Cordeiro e Wesley Duke Lee em meio ao processo de metropolização e cosmopolitização da cidade de São Paulo entre a década de 1950 e 1964. Abordamos as obras dos dois artistas a partir do modo como ambos constituíram, estética e politicamente, temporalidades com base na modernidade paulistana. Para cumprir o escopo deste estudo, colocamos em discussão os debates artísticos da época, situando os dois intelectuais a partir de suas perspectivas sobre modernidade e visualidade: Cordeiro identificado ao concretismo e Duke Lee ao neodadaísmo e surrealismo. Por fim, apontamos as diferenças entre as propostas dos artistas em urdir temporalidades, acionando sensibilidades utópicas e modernizantes em Waldemar Cordeiro e nostálgicas e antimodernas em Wesley Duke Lee.

 

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Biografia do Autor

Reginaldo Sousa Chaves, Universidade Estadual do Piauí (UESPI)

Professor Assistente II da Universidade Estadual do Piauí (UESPI). Doutor em História Social pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Mestre em História do Brasil e Especialista em História Cultural pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Trabalha os seguintes temas: leitura histórica de textos literários, ficcionalidade da História e Teoria da História. Pesquisa a relação entre História, arte, temporalidade e cultura no Brasil nas décadas de 1950 a 1960 com ênfase no surrealismo e nas obras de Roberto Piva e Jorge Mautner.

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Publicado

2021-04-27

Como Citar

(1)
Sousa Chaves, R. Waldemar Cordeiro E Wesley Duke Lee: Arte, Temporalidade E (anti)modernidade Em São Paulo (1950 -1964). FDC 2021, 7.