Ingênua e frouxa substância humana

A Moreninha na encruzilhada entre Miroel Silveira e João Apolinário (1969)

Autores

  • Thales Reis Alecrim UNESP - Franca

DOI:

https://doi.org/10.34019/2359-4489.2020.v6.31501

Palavras-chave:

romance, programa teatral, crítica teatral

Resumo

No presente trabalho visamos analisar o programa da peça A Moreninha, baseada no romance de Joaquim Manuel de Macedo (1844) e encenada em 1969. Por meio do programa podemos compreender como A Moreninha foi lida nos anos 1960 e 70. Para completar esse quadro, visitaremos uma crítica teatral de João Apolinário, pois este apresenta uma leitura diferente do romance. O programa da peça e a crítica teatral convergem ao apontar que o romance representa a “psicologia nacional”, entretanto discordam quanto à pertinência dos personagens como fieis representantes dos “tipos sociais brasileiros”. Em nossa hipótese, ambas as produções expressam tensões culturais que atravessavam o contexto cognitivo do período, denotando diferentes posturas em relação à arte. Dessa maneira, enquanto a peça estava afinada com a afirmação da nacionalidade, a crítica se pautava no imaginário de esquerda.

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Publicado

2020-12-15

Como Citar

(1)
Reis Alecrim, T. Ingênua E Frouxa substância Humana: A Moreninha Na Encruzilhada Entre Miroel Silveira E João Apolinário (1969). FDC 2020, 6, 410-428.