Senso do maravilhoso:
o sublime e o grotesco na análise de filmes de ficção científica
DOI:
https://doi.org/10.34019/2448-2137.2025.46821Palavras-chave:
ficção científica, senso do maravilhoso, sublime, grotescoResumo
Este artigo explora o senso do maravilhoso na ficção científica e suas manifestações estéticas através do sublime e do grotesco. Fundamentado nas categorias propostas por Kant, Csicsery-Ronay Jr. e Cornel Robu, o estudo aborda como o sublime provoca um deslumbramento que transcende a percepção comum, enquanto o grotesco perturba a racionalidade ao mesclar elementos contraditórios. Identificando as implicações estéticas e filosóficas de tais categorias em filmes de ficção científica, buscamos discutir como o senso do maravilhoso enriquece o processo de análise fílmica, promovendo reflexões sobre a condição humana, a ciência e a tecnologia. Partindo de tais elementos, propomos a análise fílmica, fundamentada nos pressupostos de Vanoye e Goliot-Lété dos filmes Homem de Ferro 2 e Blade Runner 2049. No primeiro caso é evidenciado o tecnosublime na figura do inventor como herói que sobrepõe as forças da natureza e no segundo o grotesco ao combinar temas contraditórios como vida e morte, suscitando questões éticas sobre a produção de alimentos e sustentabilidade. O artigo evidencia como a análise fílmica da ficção científica ao se apropriar do senso do maravilhoso fomenta reflexões sobre a ciência, a tecnologia e a condição humana, reafirmando o gênero como espaço privilegiado para reflexões filosóficas e estéticas.
