MARX E A PRODUÇÃO DO LAZER NA CONTEMPORANEIDADE
Abstract
O presente artigo busca performar uma fuga do lugar comum em relação as análises das propostas de Marx. Em um esforço reflexivo, realizado a partir das obras desse mesmo autor, busca-se, durante o presente desenvolvimento, interpretar sua propostas e utilizá-las dentro da concretude de um fenômeno que hoje, pode ser considerado uma categoria "boa para pensar": o lazer. Este trabalho, define-se como uma tentativa em relacionar temas que se complementam, fornecendo assim, um feixe de luz sobre uma questão que também, imersa na obscuridade da concepção natural das coisas, é reproduzida e legitimada por uma sociedade entorpecida pela "coisificação" de suas relações. Ao invés de formar um panorama geral, ressaltando a importância dos estudos marxianos, conceituando termos por ele utilizados e desenvolvidos, resolveu-se, a partir do substrato que compõe sua teoria, e alguns outros de seus elementos principais, propor uma reflexão a cerca do fenômeno do lazer. Este, por sua vez, tem sua reprodução tatuada no tecido da sociedade de uma forma tão natural e lógica que sequer é questionado. Para respaldar essa abordagem, serão utilizados alguns pensadores Frankfurtianos que, através de seus desenvolvimentos críticos, sobretudo no que diz respeito à indústria cultural, teorizaram a cerca dos perigos presente nesse movimento de subjugo ao capitalismo. A Indústria Cultural conseguiu dar formas comerciais a elementos, supostamente, originários da mais profunda subjetividade humana, como a arte, conseguiu despir o lazer e sua diversão da ingenuidade que residia em suas práticas, enfim, aperfeiçoou e explorou as mercadorias. Sabidamente, conservou-se como a indústria da diversão. No entanto, essa suposta diversão, oferecida pela indústria cultural, é, na realidade, "um prolongamento do trabalho sob o capitalismo tardio".
Palavras-chave: Lazer, trabalho, capitalismo, indústria cultural, mercadoria.
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