Obstáculos da Atenção Primária na abordagem das demandas psicossociais durante a pandemia
Palavras-chave:
Atenção Primária à Saúde, . Infecções por Coronavírus, Saúde mentalResumo
Diante do cenário de isolamento social, decorrente da pandemia do Covid-19, a Atenção Primária à Saúde (APS) realizou mudanças na estratégia de abordagem à saúde mental, a fim de evitar o contágio do vírus. Entretanto, vários são os obstáculos para o cuidado eficiente das demandas psicossociais, em virtude das dificuldades inerentes ao atual contexto, que englobam desde o rastreio ineficiente dos indivíduos que apresentam sofrimento mental, as possíveis intercorrências do teleatendimento, até o medo dos pacientes de contrair a doença em uma possível ida aos serviços de saúde. Como objetivos, buscou-se Identificar e analisar os obstáculos na abordagem da saúde mental durante o isolamento social. Quanto à metodologia, trata-se de uma revisão integrativa da literatura, a partir de publicações científicas, nas bases de dados: SciELO, PubMed e BVSMS. Sobre os resultados e discussões, constatou-se que a APS implementou modificações na abordagem da saúde mental durante o isolamento social, a exemplo da recomendação de procura de atendimento presencial, apenas em caráter excepcional, e instituição do teleatendimento com psicólogos e médicos. Porém, tais medidas não são eficazes para toda a população. Os obstáculos presentes no teleatendimento abrangem a dificuldade de acesso aos meios de comunicação, como internet ou telefonia. Mesmo com esse atendimento viável, existem eventuais barreiras, tal qual a falha na conexão, que pode culminar em uma quebra de vínculo médico-paciente. Juntamente a isso, um ambiente domiciliar desfavorável para a realização das consultas pode dificultar a exposição de demandas ocultas pelo paciente. Ademais, o medo dos indivíduos, por conta da alta transmissibilidade do vírus, resulta na redução dos atendimentos presenciais, somada a uma dificuldade para obtenção das prescrições dos medicamentos, que findam na descontinuidade do tratamento e exacerbação dos sintomas. Em conclusão, a análise dos obstáculos enfrentados pela APS permite inferir que, apesar dos serviços existentes, são necessárias mais estratégias eficazes de inclusão para uma melhor adesão dos pacientes com demandas psicossociais.