Perfil socioeconômico, pré-natal e o tipo de parto: uma análise estatística
Palabras clave:
Atenção Primária à SaúdeResumen
O Ministério da Saúde preconiza, no mínimo, seis consultas de pré-natal no período gestacional. Sabe-se que esse atendimento à gestante é essencial para informar a paciente sobre condutas e cuidados essenciais. Este estudo busca analisar se certos fatores socioeconômicos seriam determinantes sociais de saúde impactantes no acompanhamento gestacional de qualidade. Objetivou-se analisar dados acerca dos perfis socioeconômicos e do tipo de parto e sua relação com a frequência de consultas pré-natal na população de Belo Horizonte, de forma a avaliar o impacto destes no cuidado gestacional e no desfecho do nascimento. Foi realizada uma análise quantitativa, descritiva e retrospectiva em 2020, a partir dos dados do Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC), disponibilizados no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), correspondente ao município de Belo Horizonte, entre janeiro de 2008 e dezembro de 2018. No período analisado, Belo Horizonte teve 341551 partos registrados, dentre os quais 76,08% tiveram acompanhamento pré-natal suficiente e 23,45% tiveram-no insuficiente. Verificou-se associação significativa com o número de consultas pré-natal: tipo de parto, raça/cor, idade e escolaridade materna e presença de anomalias congênitas. Mães brancas, com mais de 25 anos e ensino fundamental completo têm 2,7 vezes mais chances de realizarem mais de 6 consultas, o que também é observado em estudos quanto ao acesso à saúde em geral. Quanto às anomalias congênitas, mães que fizeram o pré-natal adequado tiveram 1,3 vezes menos chance de desenvolver malformações fetais, o que era esperado visto que certas condições podem ser prevenidas e evitadas com o acompanhamento correto. Em conclusão, novos estudos são necessários para avaliar a relação entre pré-natal e outras variáveis, além de comparar o achado com os dados de outras cidades com mesmo porte.