A implementação do parto humanizado pelo SUS: uma revisão integrativa

Autores

  • Ana Beatriz Bezerra Carneiro Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
  • Iasmin Nunes Duarte Centro de Ciências Médicas da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) https://orcid.org/0000-0002-2991-7301
  • Matias Aidan Cunha de Souza Centro de Ciências Médicas da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) https://orcid.org/0000-0001-8800-6826
  • Maria do Socorro Trindade Morais Centro de Ciências Médicas da Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Palavras-chave:

Atenção Primária à Saúde, Parto Humanizado, SUS

Resumo

O parto humanizado é, cada vez mais, incentivado na atualidade por suas características benéficas, como participação plena da mulher sobre as decisões do seu corpo e valorização das emoções, as quais aprimoram a conexão materno-fetal. Contudo, existem empecilhos que impossibilitam um aumento de partos humanizados em detrimento de partos cesáreos, sobretudo no SUS. Como objetivos, buscou-se evidenciar os limites do parto humanizado em hospitais públicos. Quanto à metodologia, trata-se de uma revisão integrativa da literatura, na qual foram selecionados seis artigos, dos últimos cinco anos, nas bases de dados BVS e Scielo, utilizando os descritores: “Parto Humanizado” e “Sistema Único de Saúde”. Os critérios de exclusão foram os estudos não primários, os que se especializaram em outras temáticas e os indisponíveis. Sobre os resultados e discussões, diante da análise dos artigos, constatou-se que as gestantes que se utilizam do SUS apresentam baixas expectativas com relação ao atendimento médico de qualidade durante o parto, o que permite a continuidade das práticas intervencionistas, seja por via medicamentosa para indução do parto, seja por técnicas, por exemplo: episiotomia e amniotomia. Isso afeta diretamente no princípio de integralidade proposto pelo SUS, pois a parturiente perde sua autonomia nesse processo e o médico visualiza o parto em uma perspectiva de processo saúde-doença, de forma impessoal. Ademais, essa aceitação passiva da violência obstétrica propicia a perpetuação de um tratamento desigual e sobreposto à vontade da mulher, o qual gera sentimentos de repreensão, não prioriza o bem-estar materno e impõe proibições, como acompanhante na sala de parto, garantidas por leis. Em conclusão, portanto, observa-se a necessidade de uma formação médica pautada na assistência de qualidade e suporte emocional durante o parto, em que os direitos e a participação ativa das gestantes sejam priorizados no sistema público. Isso permitiria a redução de partos cesáreos desnecessários e da presença da violência obstétrica no SUS.  

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Biografia do Autor

Ana Beatriz Bezerra Carneiro, Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Graduanda em Medicina do Centro de Ciências Médicas da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Iasmin Nunes Duarte, Centro de Ciências Médicas da Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Graduanda em Medicina do Centro de Ciências Médicas da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Matias Aidan Cunha de Souza, Centro de Ciências Médicas da Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Graduando em Medicina do Centro de Ciências Médicas da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Maria do Socorro Trindade Morais, Centro de Ciências Médicas da Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Professora do Departamento de Promoção da Saúde do Centro de Ciências Médicas da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

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Publicado

2021-06-01

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