Avaliação da adesão ao tratamento farmacológico em uma ESF de Belém, Pará
Keywords:
Atenção Primária à Saúde, Atendimento, Estratégia Saúde da Família, Adesão ao Tratamento, MedicaçãoAbstract
Os índices de doenças crônicas não transmissíveis mostram-se elevados em todo o mundo, perfazendo mais de 36 milhões de mortes anuais. Deste modo, faz-se necessário meios para garantir um tratamento efetivo e controle das doenças. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a média de adesão ao tratamento para doenças crônicas em países desenvolvidos é de 50%, sendo ainda menor em países em desenvolvimento. A adesão ao tratamento não depende apenas da prescrição, há vários fatores intrínsecos e extrínsecos relacionados, desde idade e sexo, à escolaridade, nível socioeconômico, até o bom relacionamento com a equipe de saúde. Objetivou-se avaliar a adesão medicamentosa de indivíduos com hipertensão arterial sistêmica e/ou Diabetes Mellitus em uma comunidade periférica de Belém, Pará. Como metodologia, utilizou-se uma ficha de autoria própria, contendo variáveis para a avaliação da adesão medicamentosa durante a realização de consultas do programa HIPERDIA, na Escola Municipal Rotary, no município de Belém, Pará. Encontramos como principais entraves para a adesão ao tratamento, o esquecimento (53,84%), seguido da interrupção do medicamento quando em ausência de sintomas (48,15%). Apesar da maioria afirmar que não sente dificuldades em conversar com os profissionais de saúde (81,48%) e que entendem com clareza o que eles lhe dizem sobre sua doença (77,78%), o número de pessoas que retornam à sua casa sem ter compreendido a consulta é relevante. Nossos dados concordam com a literatura, que acrescenta ainda a falta de convencimento, desconhecimento da gravidade da doença e o alto custo como grandes dificultadores da adesão. Em conclusão, o paciente é coparticipe em seu processo de tratamento, e são claras as falhas observadas em seu proceder. Recomendamos fortalecimento da relação médico-paciente com foco na empatia e clareza, visando melhorar a compreensão do paciente sobre si, e convencê-lo em ser ativo no seu processo de controle de doença.